Hillary Clinton diz estar disposta a acabar com o "banho de sangue" na Síria

AFP
11/08/2012 às 21:07.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:23

(Presidential Press Office/AFP)

  ALEPPO (Síria) - O Exército sírio e os rebeldes seguiam lutando neste sábado (11) pelo controle da cidade estratégica de Aleppo, no norte, próximo à fronteira com a Turquia, onde a secretária americana de Estado, Hillary Clinton, se comprometeu a "acelerar" a queda do regime.   Rebeldes e soldados se enfrentavam no bairro de Tadamoun em Damasco, enquanto eram ouvidas explosões e disparos em outras áreas da capital, segundo indicaram o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) e militantes.   Frente à intenção declarada pelo poder sírio de acabar com aqueles que considera "terroristas", Hillary Clinton se disse disposta a "acelerar o fim do banho de sangue e do regime" de Bashar al-Assad, em uma entrevista coletiva à imprensa em Istambul ao lado de seu colega turco, Ahmet Davutoglu.   "Seguimos aumentando a pressão externa. Anunciamos ontem em Washington sanções destinadas a expor e a romper os vínculos entre Irã, Hezbollah e Síria, que prolongam a vida do regime de Assad", acrescentou.   Washington havia acusado na sexta-feira (10) o partido xiita libanês Hezbollah, aliado do regime sírio, de desempenhar um "papel-chave" na repressão na Síria, e anunciou novas sanções contra Damasco.   Tanto os Estados Unidos como a Turquia apoiam a oposição síria e exigem uma saída de Assad.   Neste contexto de escalada da violência, os chefes da diplomacia árabe pretendem realizar domingo na Arábia Saudita uma "reunião de emergência" para abordar a questão do conflito e da substituição do mediador internacional, Kofi Annan, que deixou o posto na semana passada após o fracasso de seus esforços pela paz.   O ex-chefe da diplomacia argelina Lajdar Brahimi, de 78 anos, que surge como novo mediador da ONU e da Liga Árabe no conflito sírio no lugar de Kofi Annan, pediu que o "Conselho de Segurança da ONU e os Estados da região se unam para permitir uma transição política o quanto antes" na Síria.   Em Aleppo, segunda maior cidade do país, situada 355 km ao norte de Damasco, os combates são incessantes desde o lançamento da ofensiva terrestre do regime de Bashar al-Assad contra o principal reduto rebelde, no bairro de Salaheddine, em 8 de agosto,.   O Exército afirma ter retomado o controle de Salaheddine e os rebeldes do Exército Sírio Livre (ESL) asseguram ter realizado um "recuo tático", mas ainda são registrados combates em algumas áreas do bairro.   "O ESL conseguiu retomar algumas posições estratégicas em Salaheddine", declarou Abdel Qader Saleh, um comandante do ESL, formado por desertores e civis que pegaram em armas.   "Os combates são violentos e não pararam em 24 horas. Vários setores de Aleppo estão sendo bombardeados", acrescentou este chefe de operações do batalhão "Tawhid", na região de Aleppo.   Segundo o OSDH, o bairro de Al-Soukari (sul), próximo a Salaheddine, também era bombardeado pelo Exército, que parece se preparar para lançar outra grande operação para retomar esse bastião rebelde.   O regime sírio, determinado a esmagar o movimento de protesto iniciado em março de 2011, considera crucial a batalha por Aleppo.   Em Damasco, foram registrados combates em Tadamoun (sul), bairro que o Exército anunciou ter tomado em 4 de agosto, informaram o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) e os Comitês Locais de Coordenação (LCC), uma rede local de militantes. Também eram ouvidos disparos e explosões no bairro de Al-Qaboun e no de Joubeir.   O Exército também bombardeou localidades da província de Damasco, de onde começaram a fugir seus moradores, segundo o OSDH. Os bombardeios, trocas de tiros e explosões também sacudiram Deir Ezzor (leste), Idleb (noroeste), Homs (centro) e Deraa (sul).   Pelo menos 21 pessoas, incluindo 13 civis, morreram no conflito durante o dia, segundo um primeiro registro provisório do OSDH. Quase 17 meses depois do início da revolta, mais de 21.000 pessoas morreram vítimas da violência no país, segundo o OSDH.

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