Mortes de gestantes por Covid dobram em menos de dois meses em Minas

Luiz Augusto Barros
@luizaugbarros
Publicado em 29/06/2021 às 08:32.Atualizado em 05/12/2021 às 05:17.
 (Prefeitura de Dormentes/Divulgação)
(Prefeitura de Dormentes/Divulgação)

O número de gestantes que morreram por complicações da Covid-19 mais do que dobrou em Minas em menos de dois meses. Já são 125 óbitos desde o início da pandemia. Ontem, foi confirmada a primeira vítima da variante delta no Brasil, uma grávida, de 42 anos. Autoridades de saúde pedem uma velocidade maior na campanha de imunização.

Conforme mostrou o Hoje em Dia, até o fim de abril, 56 grávidas perderam a vida após contrair o vírus. Até 20 de junho, mais 69 mineiras que iriam dar à luz não resistiram após a contaminação. 

Segundo a Secretaria de Estado de Saúde, 3.460 mulheres em período gestacional testaram positivo até o momento. A média de idade das doentes é de 28 anos.

“O quadro é extremamente preocupante. E a nossa única saída é a vacinação para protegê-las contra a infecção que leva à Síndrome Respiratória Aguda Grave”, avaliou a médica Cecília Maria Roteli Martins, presidente da Comissão Nacional Especializada em Vacinas da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasco).

125 mil mortes de gestantes por covid foram confirmadas em minas desde o início da pandemia

De todas as contaminadas pelo vírus, cerca de 5% apresentavam doenças crônicas. Ao todo, 202 pacientes com a forma grave da enfermidade precisaram de hospitalização em terapias intensivas. “O número de prematuros que vão para a UTI e que vão a óbito também estão se acumulando”, completou.
A infecção pela Covid entre as gestantes também preocupa os especialistas por conta da necessidade por assistência ventila-tória e o aumento das chances do desenvolvimento de trombose. 

Atrelado a isso, a circulação das mutações é mais um desafio. A grávida de 42 anos que morreu após contrair a variante delta veio do Japão para Apucarana, no norte do Paraná, onde morreu, em abril.

Oito dias após a confirmação da doença, a mulher foi internada e passou por uma cesariana de emergência. Nascido com 28 semanas de gestação, o bebê fez o teste para a doença, mas teve resultado negativo.

Em BH, gestantes e puérperas podem se vacinar contra a Covid com doses da Pfizer. No entanto, é necessário apresentar prescrição médica. “Essa vacina tem se mostrado efetiva em trabalhos contra as variantes, inclusive a delta”, afirma a médica Cecília Martins.

Serviço:

Na hora da aplicação, a pessoa precisa apresentar comprovante de residência em BH, identidade, não ter recebido qualquer vacina nas últimas duas semanas nem ter testado positivo para a Covid nos últimos 30 dias.

As grávidas deverão mostrar um documento que comprove o estado gestacional, como carteira de acompanhamento da gestante/pré-natal e laudo médico. Já a puérpera deve ter em mãos a Declaração de Nascido Vivo, certidão de nascimento ou óbito. A vacinação acontece das 7h30 às 16h30 (veja os endereços aqui).

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