Polícia investiga morte de jovem após procedimentos estéticos em clínica

Cinthya Oliveira
cioliveira@hojeemdia.com.br
Publicado em 14/09/2020 às 17:07.Atualizado em 27/10/2021 às 04:32.
 (Reprodução Instagram)
(Reprodução Instagram)

Uma jovem de 20 anos morreu nesse sábado (12) após passar por dois procedimentos cirúrgicos em uma clínica especializada em cirurgia plástica localizada no bairro São Pedro, região Centro-Sul de Belo Horizonte. A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar as circunstâncias da morte da paciente.

De acordo com a o ocorrência, a cabeleireira Edisa Soloni passou pelos procedimentos de lipoescultura e enxerto de silicone no glúteo na sexta-feira (11). Ela teria passado mal dentro da clínica, pouco tempo depois do procedimento. De acordo com a família, não havia médico no local no momento e uma enfermeira acionou uma ambulância, que levou a jovem para um hospital particular, onde ela morreu no dia seguinte. A causa da morte foi registrada como embolia pulmonar.

Indignação 

Amigos e familiares foram até a porta da clínica na tarde desta segunda-feira (14) para protestar contra o médico que realizou o procedimento. Cerca de 50 pessoas participaram do ato.

“Está todo mundo indignado, porque ela não poderia ter passado por esses procedimentos dentro da clínica, mas, sim, em um hospital. O exame de risco cirúrgico dela indicou uma mancha no coração e que poderia fazer o procedimento, desde que fosse no hospital”, relatou Adriana Santos, amiga da vítima.

A jovem Edisa Soloni era muito conhecida no bairro da Serra, na região Centro-Sul da capital, onde morava e trabalhava. No Instagram, a cabeleireira tinha mais de 16 mil seguidores.  

O Hospital Dia afirmou que possui alvará da Secretaria Municipal de Saúde para a realização de cirurgias plásticas e possui toda a infraestrutura necessária para internações de até 24 horas. "O médico cirurgião plástico responsável pelo procedimento é membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e exigiu todos os exames pré-operatórios, que mostraram total condição da paciente em passar pelo procedimento. Diante das complicações inesperadas, todas as medidas necessárias foram realizadas em tempo hábil, transferindo a paciente consciente e alerta para o Hospital Felício Rocho", disse a assessoria do hospital, por nota.

O espaço afirmou ainda que "qualquer cirurgia, de pequeno ou grande porte, envolve risco cirúrgico, mesmo com pacientes totalmente saudáveis. Prestamos nossas condolências aos familiares e nos colocamos à disposição para quaisquer outros esclarecimentos".

Procurado pela reportagem, o Conselho Regional de Medicina do Estado de Minas Gerais (CRM-MG) informou que tomou conhecimento por meio da imprensa de óbito de paciente ocorrido após cirurgia, e que iniciará os procedimentos regulamentares necessários à apuração dos fatos. "Todas as denúncias recebidas são apuradas de acordo com os trâmites estabelecidos no Código de Processo Ético Profissional (CPEP), tendo o médico amplo direito de defesa e ao contraditório", afirmou o conselho.

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