O governo do Iêmen e rebeldes xiitas assinaram um acordo de paz neste domingo, após dias de violência que deixaram mais de 140 pessoas mortas e obrigou milhares e fugirem de suas casas, informou a mídia estatal.
O acordo pede um imediato cessar-fogo e a formação de um governo tecnocrata em um prazo de até um mês após consultas com todos os partidos políticos, disse um enviado da Organização das Nações Unidas (ONU) em uma coletiva de imprensa conjunta com o presidente Abed Rabbo Mansour Hadi. "O chefe de governo pode não pertencer a nenhum grupo político", afirmou o enviado da ONU Jamal Benomer. Ele acrescentou que o documento também pede que as forças de segurança se reestruturem com base nas consultas com os partidos políticos.
Horas antes, a mídia estatal anunciou que o primeiro-ministro renunciou, mas o escritório do presidente negou ter recebido o pedido de renúncia. Essa informação conflituosa vem após militares e oficiais de segurança anunciarem que rebeldes xiitas, conhecidos como Hawthis, invadiram diversas instalações estratégicas na capital, Sanaa. Entre as instalações estão o Ministério da Defesa, o Banco Central, uma importante base militar e a Universidade Iman. No entanto, um funcionário do Ministério da Defesa disse, mais tarde, que a situação estava "normal e estável", e que o prédio não foi atacado.
Tradicionalmente, os adversários dos Hawthis têm sido milícias islâmicas aliadas ao governo e o partido fundamentalista Al-Islah. O grupo xiita pressiona por uma mudança de governo, no que dizem ser uma divisão justa de poder. Em muitos casos, oficiais disseram que os rebeldes entregaram instalações capturadas para a polícia militar ou para comitês populares envolvendo Hawthis e moradores locais. Fonte: Associated Press.
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