Imóvel de um quarto volta revestido de luxo em localização nobre

Janaína Oliveira - Hoje em Dia
Publicado em 02/08/2014 às 08:59.Atualizado em 18/11/2021 às 03:37.
 (Wesley Rodrigues)
(Wesley Rodrigues)

Até pouco tempo atrás, apartamentos de um quarto não faziam parte do planejamento da maioria das construtoras de Belo Horizonte. Como resultado, empreendimentos espaçosos dominaram o foco das construtoras, que apostaram todas as fichas em imóveis maiores – boa parte agora encalhados. Com recentes mudanças do mercado e da sociedade, no entanto, muitos clientes abastados passaram a desejar um apartamento de um dormitório. E diante da procura por parte de solteiros, divorciados, jovens e idosos, construtoras começaram a investir no modelo ao mesmo tempo mignon e luxuoso, ainda raro na cidade. 

Segundo estudo da Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG), em parceria com a Geoimóvel, entre 2010 e 2013, os apartamentos com apenas um dormitório responderam por apenas 1% do total de lançamentos em Belo Horizonte. Mas a perspectiva é de ampliar essa participação no curto prazo. “É um nicho que está aparecendo, até porque a população está ficando mais velha, casais se separam, e mais jovens querem sair de casa. Devemos chegar a 2% em breve”, diz o presidente da CMI/Secovi-MG, Otimar Bicalho.

Apesar do tamanho equivalente aos das antigas quitinetes, esses apartamentos não têm nada de populares. A Construtora Caparaó escolheu a rua Tomé de Souza, a meia quadra da Praça da Savassi, para erguer o #Selfie, prédio residencial de alto luxo com apartamentos de 1 e 2 quartos, além de lofts, nos 25 andares. “É um mercado identificado só recentemente. Embora menores, são apartamentos super luxuosos, que oferecem requinte, privacidade e uma enorme gama de serviços adicionais, como concierge, arrumadeira e chef de cozinha”, detalha a vice-presidente da Caparaó, Maria Cristina Valle.

O apartamento de um dormitório tem 43 metros quadrados e o de dois, 73 metros quadrados. No espaço que seria para coberturas, a empresa optou por construir uma área de lazer com vista panorâmica, onde os moradores podem nadar na piscina de raia, malhar na academia ou receber uma massagem. Segundo Cristina, o valor de venda ainda está em definição. “Mas é altíssimo padrão”, antecipa.

Na vizinha Antônio de Albuquerque está outro exemplo de compacto com sofisticação. Inspirado no famoso centro comercial de Nova York, a Patrimar batizou o empreendimento, que oferece apartamentos de um e dois quartos, de Manhattan Square. As unidades vão de 18 a 119 metros quadrados, com lazer completo e confortos como manobrista. O preço ainda é segredo, mas especula-se que possa chegar a R$ 15 mil o metro quadrado. “É um empreendimento luxuoso, mas que por ser menor cabe no bolso. Só no primeiro fim de semana, o estande de vendas recebeu mais de 300 clientes”, diz o diretor da Lopes Imobiliária em Minas, Fernando Antunes.

Antigo Hotel Excelsior terá um dormitório por R$ 210 mil

O empresário Teodomiro Diniz Camargos, da construtora que carrega seu sobrenome, também entrou no mercado compacto e bem localizado. Vai transformar o antigo Hotel Excelsior, ícone modernista dos anos 60, no Centro, em prédio residencial. São 66 apartamentos, entre 28 e 80 metros quadrados. A previsão de conclusão das obras é março de 2015. Um terço das unidades de um dormitório, com preços a partir de R$ 210 mil, já foi vendido.

“É tipo de moradia moderna, que oferece serviços extras e cabe no orçamento”, diz. Paralelamente ao Excelsior, a Diniz Camargos toca obras no edifício “Balança mas não cai”, que terá imóveis no mesmo estilo e padrão.

A construtora Labor, do grupo MMC, investe no segmento de um dormitório no bairro Ouro Preto. “Os apartamentos têm 61 metros quadrados, com sala ampla, cozinha americana e varanda gourmet”, afirma o diretor do grupo MMC, Ígor Marfará. O valor médio é de R$ 340 mil.

Para o diretor da área imobiliária do Sinduscon-MG, Bráulio Franco Garcia, a oferta de imóveis com um quarto não acompanha a demanda por uma questão de custo. “Construir um dormitório fica mais caro que dois ou três”, diz.

Vender imóvel de um quarto é fácil

Além de moradia para solteiros, idosos e descolados, os apartamentos de um quarto despontam como ótimo investimento. Segundo o diretor de vendas da Lar Imóveis, Luciano Guimarães, a liquidez impressiona. Enquanto o imóvel de quatro quartos leva até seis meses para ser vendido, o de apenas um dormitório nem precisa de anúncio para ser comercializado. 

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