Impasse entre Brasil e Estados Unidos prejudica negociações do algodão

Jornal O Norte
22/02/2007 às 10:59.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:58

Época de ouro foi aquela onde os norte-mineiros, assim como outros brasileiros espalhados por essa imensidão verde-amarela, conseguiram fazer fortuna plantando algodão. Com a alta cotação dos insumos e a oscilação dos preços da saca, os cotonicultores se vêm de mãos atadas para investir nessa atividade

Valéria Esteves


Repórter


onorte@onorte.net

O algodão já foi o produto nobre de regiões como a Serra Geral no Norte de Minas, ocasião em que muitos cidadãos de Porteirinha, entre outros, fizeram fortuna, além de os produtores se organizarem e estruturarem as cooperativas, tão fortalecidas na época.

Segundo informou a folha on-line, a OMC - Organização mundial de comércio reclamaria nessa terça-feira de carnaval, diante dos outros países, que Washington vem atrasando a entrega de documentos solicitados pelos juízes da disputa. Enquanto isso a tensão só tem crescido.

Esses atrasos já ocorreram inúmeras vezes, segundo fontes ouvidas pelo Valor, por isso o Brasil decidiu reagir de vez.

Os juízes da OMC têm até abril para avaliar se Washington retirou todos os subsídios condenados, para seus produtores de algodão. Caso isso não tenha acontecido, o Brasil poderá pedir o direito de retaliar produtos americanos, e o montante da sanção é estimado em até US$ 4 bilhões.

No entanto, pelo ritmo das respostas dos Estados Unidos, esse contencioso tende a demorar por mais tempo. Recentemente a delegação brasileira apresentou novas documentações, argumentando que modificações já efetuadas por Washington nos programas de ajuda são insuficientes e continuam a causar sérios prejuízos aos cotonicultores do Brasil e de outros países em desenvolvimento.

Segundo o Brasil, os Estados Unidos dão, em média, US$ 3 bilhões de subsídios a seus produtores de algodão, o que representa quase 90% do valor da produção do país.

Com isso, sustentam os brasileiros, os americanos asseguram níveis artificialmente elevados de produção e exportação de algodão, enquanto no Brasil os produtores continuam sofrendo com os baixos preços internacionais do produto.

Embate a parte, a Emater informou que a produção de algodão na Serra Geral caiu significativamente, se comparada com a produção concorrente nos anos noventa.

Apesar de hoje a tecnologia ter encontrado maneiras de combater as pragas, o problema que os produtores dizem enfrentar é quanto à dolarização dos insumos, bem como a cotação do algodão. (com Folha)

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por