Instituto mineiro de agropecuária aponta uso consciente de agrotóxicos

Jornal O Norte
14/12/2009 às 07:52.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:19

Da Agência Minas 

Análises laboratoriais feitas para o Pás - projeto Alimento Seguro, implantado este ano pelo Ima - Instituto mineiro agropecuário, para monitorar o uso de agrotóxicos nas culturas de morango e tomate apontaram que, cada vez mais, produtores destas culturas estão fazendo uso consciente destes produtos. Das 138 amostras coletadas de maio a novembro deste ano, 125 (90,5%) estavam dentro da quantidade de resíduo permitido por lei e utilizando o produto indicado para a cultura.

Apenas uma amostra de tomate ficou fora do padrão quanto ao limite máximo de resíduos e 13 (9,4%) utilizavam produtos não indicados para a respectiva cultura. Esses dados retratam o uso consciente de agrotóxicos nas propriedades monitoradas pelo Pas.

A primeira coleta, realizada em julho, mostrou que das 54 amostras analisadas, 81,5% estavam em conformidade com o recomendado, 5,5% utilizavam produtos não indicados e 13% estavam fora do padrão quanto ao limite máximo de resíduos.

Nas propriedades que não seguem o padrão recomendado, os produtores serão fiscalizados e orientados por servidores do Ima com o objetivo de adequar o uso de agrotóxicos, de acordo com as normas vigentes.

Atualmente, estão inseridas no Pas 118 propriedades – 78 de morango e 40 de tomate. A metodologia do projeto visa desenvolver ações para provocar mudança de comportamento dos produtores em relação ao uso seguro de agrotóxicos. Para isso, estão sendo realizadas, desde maio, palestras e reuniões com as comunidades e a fiscalização do comércio e do uso do produto foi intensificada.

O diretor-geral do Ima, Altino Rodrigues Neto, acredita que essa mudança no comportamento dos produtores é fruto do trabalho do Pas junto aos produtores, que passaram a entender melhor o uso correto dos agrotóxicos, preservando a saúde pública e o meio ambiente.

- Esperamos continuar contribuindo para o setor produtivo de morango e tomate e ampliar para outras culturas. Com esse projeto, aumenta a qualidade dos produtos ofertados na mesa do consumidor mineiro, além de agregarmos valor e melhor remuneração ao produtor rural. Ganham os consumidores e os produtores, conclui. 

As propriedades produtoras de morango participantes do projeto estão nas cidades de Alfredo Vasconcelos, Barbacena, Estiva, Pouso Alegre e Bom Repouso. Já as de tomate estão em Carandaí, Carmópolis de Minas, Pimenta, Maravilhas, Lagoa Dourada e Barbacena. Esses municípios detém a maior produção em todo o estado.

Desenvolvido pelo Ima para monitorar resíduos de agrotóxico, o programa de Alimento Seguro é inédito e surgiu pela representatividade de Minas na produção de morango e tomate. O estado é o maior produtor de morango no Brasil e o terceiro em tomate. Como as duas culturas requerem uso intensivo de agrotóxicos para o controle de pragas, é de grande importância o monitoramento de resíduos e as fiscalizações de uso e comércio nas regiões produtoras.

Devido ao interesse dos produtores, o programa vai continuar em 2010 com a inserção de novas culturas a serem monitoradas, com mais produtores rurais envolvidos e mais capacitações.

Com a proposta de dar início ao monitoramento eletrônico do nível de resíduos de agrotóxicos e do uso de produtos não autorizados nas lavouras, foi criado o site do Sisfrut - Sistema de rastreamento do fruto.

Com ele, o consumidor tem acesso a diversas informações sobre os produtos através do selo que foi criado pelo Ima, em parceria com uma empresa privada do setor agrícola de Pouso Alegre e com produtores da região. Este selo é afixado nas embalagens de morangos que vão para comercialização. Mais informações através do site: www.sisfrut.com.br.

Uma parceria firmada entre o Ima e o Senar - Serviço nacional de aprendizagem rural - capacitou 240 produtores rurais, inseridos no Pas, no curso de aplicação correta de agrotóxicos. Ao final, os participantes receberam equipamento de proteção individual, um DVD demonstrativo e um certificado comprovando que ele está capacitado para tal atividade, conforme exigido pela norma regulamentadora nº 31, do ministério do Trabalho.

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