Intercâmbio empresarial: chance de trocar experiências

Jornal O Norte
09/10/2008 às 15:41.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:46

Valéria Esteves


Colaboração para O NORTE

A hora de fazer intercâmbio tem chegado para as empresas que querem trocar experiências, seja aqui mesmo no Brasil ou fora dele. Neste ano, pesquisadores da Epamig chegaram a visitar a China e a Alemanha a fim de obter mais novidades quanto à produção de oleaginosas.  Dessa vez é a Emater que coloca seus trabalhos a serviço do conhecimento de extensionistas de Roraima. Desde o início desta semana até esta sexta-feira os extensionistas de Roraima vão ter a oportunidade de conhecer a estrutura da Empresa e o trabalho desenvolvido na extensão rural. Estão programadas também, visitas ao Ceasa e à Uregi de Belo Horizonte.

De acordo com o técnico em agropecuária da Emater Roraima, Hitler Horta, a unidade roraimense havia sido extinta há alguns anos, e um processo de transição para a reinstalação da Emater no estado está em andamento. Horta garante que o trabalho será reformulado, com mais ênfase à assistência técnica. - O objetivo da viagem à Minas Gerais é observar o tipo de trabalho desenvolvido aqui e adaptar a metodologia para as necessidades do nosso estado, atesta.

A experiência que teve a Epamig nestes dois países, China e Alemanha, tem servido de base para orientar os pesquisadores nas pesquisas aqui em Minas Gerais Conforme informou Marco Antônio Viana Leite, gerente da Empresa de pesquisa agropecuária, a China ainda ensaia investir nesse segmento, tendo em vista que já existe na Ilha Hainan uma proposta de organização da cadeia produtiva, mas tudo está no início. A Alemanha, ao contrário, já tem experiência no ramo e segue com estabilidade no mercado europeu há cerca de 12 anos.

O biodiesel, diz Marco Antônio, produzido pela Campa Energia é extraído da canola, oleaginosa que também é comestível e usada na forma de óleo vegetal, como o óleo de soja e girassol no Brasil. Apesar de o mercado bem aceitar o produto, há dificuldade em encontrar matéria-prima disponível. Com a crise no setor de alimentos os governos, tanto norte americanos quanto da União Européia, estão preocupados com os próximos passos do setor de biocombustíveis. Isso porque acreditam que o aumento da área plantada de oleaginosas tem sido maior que a de alimentos a serem disponibilizados para sociedade. Há cerca de 10 dias, o diretor-geral do FMI, Dominique Strauss-Kahn, também responsabilizou os biocombustíveis pela crise alimentar. Ele afirmou que os biocombustíveis são um problema moral e disse não descartar o apoio a uma moratória contra o produto.

Essa declaração gerou incômodos, especialmente aqui no Brasil, vetor das criticas. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez questão de rebater as mesmas, mas não sabia talvez, que teria que pedir aos exportadores de arroz para não exportarem o produto temendo um desabastecimento nacional. Hipótese, segundo a Embrapa, descartada tendo em vista a boa produtividade do grão na região Sul do Brasil.

Para marco Antônio, que também trabalha com pesquisas agropecuárias, não há chances de o Brasil enfrentar crise com alimentação porque as áreas disponíveis para o plantio de oleaginosas são menores que os de alimentos. – Isso é balela, afirma, o Brasil tem condições tanto climáticas quanto espaço agricultável para expandir quaisquer culturas.

Voltando a falar sobre o intercâmbio, o gerente da Epamig informou que o governo de Minas Gerais tem a intenção de colher e trocar informações com a Alemanha e com a China. Os chineses, por sinal, em especial os produtores que vão plantar girassol e pinhão manso na ilha Hainan. Os chineses pretendem visitar o Brasil, em especial Minas, no segundo semestre deste ano, a fim de também ficar a par do que a geração de tecnologia tem promovido na cadeia produtiva do biodiesel. A expectativa é de que o plantio de oleaginosas comece na China em 2009.

Na opinião do gerente do Detec- Departamento Técnico, Feliciano Nogueira, o interesse de outras instituições pelo trabalho da Emater está relacionado com o propósito de viabilização das políticas públicas, que tem sido atingido e reconhecido pela sociedade, e com o modelo de gestão adotado pela Empresa. -Todas as empresas que têm nos visitado já manifestaram o diferencial encontrado aqui e as boas experiências que, possivelmente, podem servir de modelo para elas, concluiu.

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