Janaína Gonçalves


Repórter

As bolsas de valores são instituições administradoras de mercados. No caso brasileiro, a BM&FBovespa S/A - Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros é  a principal administradora de bolsa e de balcão organizado.

De acordo com Thiago Terence Bento, analista de investimentos da Mais Invest em  Montes Claros, a  diferença entre esses mercados está nas regras de negociação estabelecidas para os ativos registrados em cada um deles.

Ele explica que as bolsas são também os centros de negociação de valores mobiliários, que utilizam sistemas eletrônicos de negociação para efetuar compras e vendas desses valores. No Brasil, atualmente, as bolsas são organizadas sob a forma de sociedade por ações (S/A), reguladas e fiscalizadas pela CVM. O investimento no Brasil é 0,4% na bolsa. Já o Japão investe 98%, entre 35 a 60 anos.

- As bolsas têm ampla autonomia para exercer seus poderes de auto-regulamentação sobre as corretoras de valores que nela operam. Todas as corretoras são registradas no Banco Central do Brasil e na CVM - diz.

Mas, eis a questão: É possível investir quantias acessíveis na bolsa de valores? O analista afirma que sim.

De acordo com Bento, é possível investir e de maneira fácil e sossegada. 

- Já existem vários exemplos bem sucedidos de pessoas físicas que iniciaram seus investimentos com R$ 100 e, depois de um ano, administram carteira com mais de R$ 200 mil. O mais importante para que isso ocorra é estar aberto para esta nova experiência e ter consciência de que o investimento é um plano de médio e longo prazo. É para aquele dinheiro que você deixaria na poupança por 5 ou 10 anos - afirma.

A principal função de uma bolsa de valores é proporcionar um ambiente transparente e líquido, adequado à realização de negócios com valores mobiliários. Somente através das corretoras, os investidores têm acesso aos sistemas de negociação para efetuar suas transações de compra e venda desses valores.

Após o recente processo de desmutualização das bolsas de valores no Brasil, o direito de transacionar valores mobiliários em uma bolsa foi desvinculado da propriedade de ações. Anteriormente, apenas as corretoras proprietárias de títulos patrimoniais podiam negociar em bolsa.

As companhias que têm ações negociadas nas bolsas são chamadas companhias listadas. Para ter ações, a companhia deve ser aberta ou pública, o que não significa que pertença ao governo, e sim que o público em geral detém suas ações. A companhia deve, ainda, atender aos requisitos estabelecidos pela lei das S.A. (lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976) e pelas instruções da CVM, além de obedecer a uma série de normas e regras estabelecidas pelas próprias bolsas.

No passado, o Brasil chegou a ter nove bolsas de valores. Atualmente, a BM&FBovespa é a principal. A BM&FBovespa foi criada em maio de 2008 com a integração entre a Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) e a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), tornando-se a maior bolsa da América Latina, a segunda das Américas e a terceira maior do mundo. Nela são negociados títulos e valores mobiliários como ações de companhias abertas, títulos privados de renda fixa, derivativos agropecuários (commodities), derivativos financeiros, entre outros valores mobiliários.

É certo que investir em ações pode gerar certa insegurança quando se pensa no sobe e desce dos índices anunciados todos os dias nos jornais. Mas as coisas não funcionam bem assim: o índice da BM&FBovespa, também conhecido como IBovespa, é o principal do país. Ele é calculado com base nos resultados médios dos papéis das 54 empresas mais representativas do mercado.

Isso quer dizer que, se uma dessas empresas registrar uma grande perda, ela pode causar uma baixa no índice, mesmo que outras ações tenham alta. Por isso, a variedade de investimentos, a chamada carteira de ações, garante que você compense as perdas pelos ganhos e negocie ações em alta e compre as que estão em baixa, se a tendência for de que elas se recuperem depois.

Qualquer pessoa pode efetuar um cadastro junto a uma corretora distribuidora de títulos ou a um banco e passar a investir em ações.

- É importante ficar atento, pois as corretoras e bancos cobram porcentagem pela corretagem das ações e essas taxas podem ser maiores que o lucro. Quanto maior o número de ações adquiridas, menor a porcentagem de desconto - explica o analista, que indica um mínimo desejável de R$ 5 mil para o início das aplicações individuais.

Em 2000, o governo permitiu o uso de dinheiro do FGTS - Fundo de garantia por tempo de serviço para a compra de ações da Petrobras. Quem investiu na empresa R$ 1 mil naquela época teve lucro de 723% em dez anos, enquanto o FGTS rendeu 62% no mesmo período.

Em março de 2010, a câmara dos deputados aprovou novamente a abertura da capitalização da empresa para investimentos com o FGTS. No entanto, só poderão comprar novas ações aqueles que já forem acionistas da empresa. A emenda ao projeto de capitalização permite o uso de até 30% do saldo vinculado ao fundo.

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