O Exército do Iraque iniciou nesta segunda-feira (2) uma ofensiva com 30 mil soldados para retomar o controle da cidade de Tikrit, terra natal do ditador Saddam Hussein (1937-2006), dominada desde junho pela milícia radical Estado Islâmico (EI). A campanha, a maior ofensiva terrestre contra o EI até agora no Iraque, foi ordenada no domingo (1º) pelo primeiro-ministro Haider al-Abadi e contou com bombardeios das forças iraquianas. A pedido do governo do Iraque, a operação não contou com a ajuda de ataques aéreos da coalizão internacional liderada pelos EUA. O Pentágono afirmou ter sido informado da ofensiva de antemão e confirmou o pedido do Iraque em se evitar bombardeios da coalizão internacional para "minimizar efeitos colaterais". O comando das tropas afirma que os combates se deram nos entornos da cidade de Tiktrit e que a cidade ainda não foi retomada. "Até o momento, nós não entramos na cidade", afirmou o general Abdul-Wahab al-Saadi. "Se Deus quiser nós entraremos, mas nós precisamos de tempo. (...) Se Deus quiser, nós alcançaremos a vitória e a região será transformada em uma cova para todos os grupos terroristas", adicionou. O objetivo da operação é retomar Tikrit e outras localidades na região, por onde o EI avançou mais rápido no Iraque devido ao apoio de milícias sunitas contrárias ao governo de coalizão do país, com poder dividido entre xiitas, sunitas e curdos. Segundo autoridades americanas, planejam-se, ainda, outras ofensivas na região. Uma ação militar para retomar Mossul, "capital" do EI no Iraque e segunda maior cidade do país, está programada para os próximos meses.