Tropas israelenses e sírias trocaram disparos nesta terça-feira na tensa fronteira entre os dois países nas Colinas de Golã, o que fez o governo israelense declarar que o líder sírio vai "arcar com as consequências" da intensificação da violência e elevou os temores de que a guerra civil na Síria pode se transformar num conflito regional.
O incidente marcou a primeira vez que o Exército sírio reconheceu ter disparado intencionalmente contra tropas israelenses desde que a guerra civil no país teve início, mais de dois anos atrás. O regime do presidente Bashar Assad parece querer mostrar obstinação em resposta a três ataques aéreos israelenses perto de Damasco realizados nos últimos meses.
Durante o confronto, um jipe israelense foi alvejado durante uma patrulha noturna nas Colinas de Golã, um platô estratégico que Israel tomou da Síria em 1967 e posteriormente anexou ao seu território. A Síria disse que destruiu o veículo depois de ele ter cruzado a linha de cessar-fogo.
Israel disse que o jipe estava do lado israelense da linha, sofreu apenas pequenos danos e ninguém ficou ferido. O governo israelense afirmou que respondeu aos disparos e fez um "ataque direto" contra a origem dos tiros, sem dar maiores detalhes.
Trata-se do mais recente de uma série de incidentes nos quais disparos de armas e de morteiros atingiram o lado israelense das Colina de Golã nos últimos meses. Israel acredita que, na maioria das vezes, os disparos da guerra civil foram acidentalmente parar em seu território, mas em outras, dentre elas o episódio desta terça-feira, os ataques foram intencionais.
O chefe do Exército de Israel, brigadeiro general Benny Gantz, acusou o líder sírio de encorajar e direcionar operações contra Israel. Segundo ele, a patrulha israelense foi atacada várias vezes nesta terça-feira por uma "posição síria claramente marcada"
Em seu discurso, ele fez claras alusões à possibilidade de que hostilidades possam surgir entre Israel e Síria, países que travaram várias guerras nos últimos anos e são inimigos. As informações são da Associated Press.