BRASÍLIA - O jornalista Glenn Greenwald, do jornal britânico The Guardian, afirmou nesta terça-feira, no Senado brasileiro, que recebeu cerca de 20.000 documentos do ex-técnico da inteligência americano Edward Snowden relacionados com espionagem.
Greenwald, que não informou sobre o conteúdo dos documentos, fez esta revelação diante da Comissão de Relações Exteriores do Senado, que o convocou para abordar as denúncias de espionagem por parte da Agência Nacional de Segurança (NSA) dos Estados Unidos.
"Não contei com exatidão, mas ele me deu 15 mil, 20 mil documentos, bem completos e bem longos", afirmou Greenwald, correspondente do jornal britânico no Brasil.
"Os artigos que temos publicado é uma porção bem pequena (...) e, com certeza, vai haver mais revelações sobre a espionagem do governo dos Estados Unidos e dos governos aliados (...) e como eles estão invadindo as comunicações nos sistemas do Brasil e da América Latina", assegurou o jornalista, que responde a várias perguntas dos parlamentares.
Baseado em documentos atribuídos a Snowden, o jornal O Globo informou recentemente que o Brasil fez parte de uma rede de 16 bases de espionagem operadas pelos serviços de inteligência dos Estados Unidos, que interceptaram milhões de chamadas telefônicas e correios eletrônicos.
Em meados de julho, o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ligou para a presidente Dilma Rousseff para dar explicações sobre as denúncias de espionagem.
O ex-analista de inteligência americano tem sua extradição solicitada por Washington por causa de suas revelações sobre a rede de espionagem eletrônica realizada pelos Estados Unidos internamente e em vários países do mundo.
Em 1º de agosto, Snowden recebeu asilo temporário de um ano na Rússia e se encontra em um local seguro, segundo seu advogado.