Jornalista usa aplicativos de encontro para expor atletas homossexuais

Estadão Conteúdo
12/08/2016 às 14:57.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:19

(Amini Fonoua/Instagram)

O repórter norte-americano Nico Hines, do The Daily Beast, usou a tecnologia para o mal nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro: ele usou aplicativos de encontro homossexuais na Vila Olímpica para descobrir quais atletas hospedados eram gays.

Hines criou um perfil falso no Tinder e no Grindr, flertou com atletas e publicou as conversas em seu site, junto com todas as informações sobre eles.

Um dos atletas expostos foi Amini Fonua, nadador do Tonga. Em seu Twitter, o atleta criticou muito o jornalista e sua publicação. "Ainda é ilegal ser gay em Tonga, e enquanto sou forte para enfrentar isso, nem todo mundo consegue. O Daily Beast deveria estar envergonhado", escreveu

It is still illegal to be gay in Tonga, and while I'm strong enough to be me in front of the world, not everybody else is. Respect that.— Amini Fonua (@AminiFonua) August 11, 2016

Fonua também tuitou diretamente para o repórter: "você me enoja. Você tem ideia de quantas vidas foram arruinadas sem nenhum bom motivo, a não ser o seu jornalismo caça-cliques?"

O nadador desabafou nas redes sociais e disse que Hines puxou pessoas "para fora do armário". "Imagine um espaço em que você pode se sentir seguro, o único espaço em que você pode ser você mesmo, arruinado por uma pessoa heterossexual que acha que tudo é uma piada?"

Mais tarde, o Daily Beast apagou a publicação, mas a matéria já havia se espalhado pela internet.

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