Juiz de BH nega liberdade a assessores de ministro do Turismo

Paulo Henrique Lobato (*)
Publicado em 29/06/2019 às 17:54.Atualizado em 05/09/2021 às 19:19.

O juiz da 26ª Zona Eleitoral de Belo Horizonte, Renan Carreira Machado, indeferiu, neste sábado (29), o pedido de liberdade para os três funcionários ligados ao ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (PSL-MG), presos na quinta-feira passada: Mateus Von Rondon Martins, assessor especial da pasta, e os ex-assessores Roberto Soares da Silva e Haissander Souza de Paula.

Eles foram detidos pela Polícia Federal na segunda etapa da operação "Sufrágio Ostentação", que apura uso de caixa dois em supostas candidaturas laranjas do partido no Estado.

A prisão aumentou a pressão sobre o ministro do Turismo. No Japão, onde participa da cúpula do G20, o presidente Jair Bolsonaro pediu ao ministro da Justiça, Sérgio Moro, que a Polícia Federal investigue casos semelhantes ao que atingiu Mateus Von Rondon Martins, assessor especial do titular do Turismo. 

Ainda no Japão, Bolsonaro disse que o ministro do Turismo permanecerá no cargo, até o momento: "Se prender um assessor meu, não quer dizer que eu seja culpado de alguma coisa, né? Uma vez tendo qualquer coisa mais robusta contra uma ação irregular de ministro, as providências vão ser tomadas. Até segunda-feira, os 22 são ministros".

O trio ligado ao ministro do Turismo foi detido na quinta-feira passada. Von Rondon foi detido em Brasília, onde mora. A reportagem não conseguiu contato com os advogados dos presos e com o ministro do Turismo.

“Sufrágio Ostentação”

No fim de abril, a Polícia Federal (PF) deflagrou a primeira fase da operação “Sufrágio Ostentação” e cumpriu mandados de apreensão em sete gráficas de Minas que teriam impresso materiais de campanha das supostas candidaturas-laranja.

A corporação também apreendeu documentos e computadores na sede do PSL de Belo Horizonte. Na ocasião, ninguém foi preso.

Denúncia

A primeira denúncia formal do suposto esquema fraudulento de desvio de verba eleitoral veio da ex-candidata Cleuzenir Barbosa, que concorreu ao cargo de deputada estadual pelo PSL ano passado. Ela declarou que foi surpreendida ao receber as mensagens dos assessores do partido pedindo a devolução da verba.

Após a recusa, Cleuzenir, que chegou a fazer dobradinha eleitoral com o então candidato a deputado federal Marcelo Álvaro Antônio, afirma que foi excluída dos grupos de campanha e vetada da agenda do PSL para divulgar a própria candidatura. A mulher mora em Portugal desde dezembro de 2018.

(*) Com informações da Agência Brasil 

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