Juiz determina adiamento do julgamento da Chacina de Unaí

Ezequiel Fagundes - Hoje em Dia
22/10/2015 às 08:46.
Atualizado em 17/11/2021 às 02:10
 (Eugênio Moraes)

(Eugênio Moraes)

O juiz Murilo Fernandes de Almeida, da 9ª Vara Federal da Justiça Federal em Belo Horizonte, adiou o julgamento dos acusados de mandantes da Chacina de Unaí. A decisão, tomada após intensa discussão entre as partes, foi tomada a pedido do advogado do fazendeiro Norberto Mânica, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay. Alegando que novas provas foram anexadas ao processo, Kakay ameaçou abandonar o júri.

O magistrado tomou a decisão para evitar a anulação do processo, quase 12 anos após o assassinato dos quatro servidores do Ministério do Trabalho. Conforme o portal do Hoje em Dia adiantou, Kakay alegou não ter tido acesso a novas provas colhidas pela acusação. “Sou obrigado a adiar para não causar uma anulação futura de todo o processo”, argumentou o juiz Murilo Fernandes.

Segundo Kakay, novas provas foram juntadas ao processo sem aviso prévio para a defesa. O advogado disse que o delator Hugo Pimenta, apontado como intermediário do crime, entregou sete mídias em um novo acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal.

O acordo, segundo o advogado, foi homologado no último dia 20 à revelia da defesa. "O MP está fazendo jogo duplo. Aceitaram novas provas totalmente fora do tempo. Alguém aí gostaria de ser julgado sem conhecer as provas?" questionou Kakay.

O assistente da acusação, Antônio Francisco Patente, rebateu o advogado e afirmou que o pedido de adiamento é uma estratégia. Segundo Patente, não existem novas provas, mas apenas a retificação do depoimento tomado anteriormente. "Não existe nenhum átomo de prova nova. O juiz homologou tudo aquilo que já havia sido dito", declarou. Em plenário, a procuradora da República Mirian Moreira Lima, responsável pela denúncia, criticou a atitude da defesa. “Vocês não querem participar do júri”, alegou.

Com a decisão, Norberto e José Alberto de Castro, serão levados a júri na próxima quinta-feira, dia 27. O ex-prefeito Antério Mânica, outro suposto mandante, sentará no banco dos réus no dia 4 de novembro. Já o delator Hugo Alves Pimenta, acusado de ser o outro intermediário, será julgado em 10 de novembro, já que o processo contra ele foi desmembrado pelo juiz Murilo Fernandes, a pedido da defesa do réu colaborador, conforme o Hoje em Dia adiantou ontem.

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