Juiz suspende transferência de atirador para hospital psiquiátrico

Felipe Souza - Folhapress
23/10/2012 às 22:12.
Atualizado em 21/11/2021 às 17:29
 (MARCIO FERNANDES/ESTADÃO CONTEÚDO)

(MARCIO FERNANDES/ESTADÃO CONTEÚDO)

SÃO PAULO - A Justiça de São Paulo suspendeu a transferência do homem que atirou em três pessoas para um hospital psiquiátrico. A decisão foi do juiz Davi Capelatto do Dipo (Departamento de Inquéritos Policiais e Polícia Judiciária).

A defesa do administrador Fernando César de Gouveia, 33, que sofre de esquizofrenia, questionou o laudo que comprova a deficiência mental do suspeito. O advogado Ricardo Martins de São José Junior, 34, afirmou que o médico que assinou o laudo não fez nenhum exame técnico para avaliar o suspeito e se baseou apenas no depoimento da mãe de Gouveia.

"Em uma entrevista, ele [médico] assumiu que nem conhecia o Fernando. Queremos uma análise feita por um perito indicado por um juiz para saber se ele realmente possui essa deficiência e em qual grau", disse Junior.

O pedido de transferência para um hospital psiquiátrico foi feito pelo advogado da mãe do suspeito. Ele foi procurado, mas ainda não se manifestou sobre o caso. O suspeito continua preso em uma cadeia comum.

O caso

O suspeito atirou em três pessoas na manhã da última quinta-feira e se trancou em casa dele, na região da Aclimação (zona sul de São Paulo). O homem se rendeu após quase 9 horas de negociação com a polícia.

Os disparos foram feitos por volta das 8h20 contra um oficial de Justiça e um enfermeiro, que estavam no local para cumprir uma ordem de internação contra o atirador, além de uma psicóloga, que morava com ele. A mãe de Fernando Gouveia, 33, havia entrado com o pedido de interdição após o filho após sair de casa há cerca de dois meses.

Fernando deveria passar por uma avaliação e posteriormente poderia ser internado em uma clínica particular em Itapira (a 164 quilômetros de São Paulo).
Segundo a polícia, ao ser informado sobre a ordem judicial, Fernando atirou nos três e atingiu o oficial de Justiça na região do tórax, o enfermeiro no rosto, e a psicóloga no braço.

Durante a manhã, ele manteve contato com os policiais por telefone e posteriormente fez contato visual, da janela da casa, alternando momentos de delírio e lucidez. O atirador contou aos policiais que possuía três armas e não fez nenhuma exigência, apenas se recusava a sair da casa.

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