(Mahmoud Khaled)
ALEXANDRIA (Egito) - Dois tribunais de Alexandria começaram a examinar neste sábado (7) os recursos de 21 mulheres, sete delas menores de idade, condenadas a penas de prisão por supostos atos violentos em manifestações que pediam o retorno do presidente islamita Mohamed Mursi, deposto pelo exército. As quatorze mulheres adultas terão que ser julgadas novamente pelo tribunal de apelação de Alexandria e as sete menores em um júri especial para crianças nesta mesma cidade. As mulheres adultas, com a cabeça coberta com um véu branco, entraram na manhã deste sábado na audiência com uma rosa vermelha na mão em meio a grandes medidas de segurança, indicou um jornalista da AFP. Organizações egípcias e internacionais de direitos humanos denunciaram a pena pronunciada no dia 27 de novembro em primeira instância de 11 anos de prisão para as adultas e da prisão das menores em um centro penitenciário até que atinjam a idade adulta. Todas foram condenadas por supostos atos violentos depois de terem participado de uma manifestação de partidários de Mursi que terminou em confrontos com a polícia. O julgamento das jovens escandalizou grande parte da população e os meios de comunicação egípcios, que costumam apoiar o novo governo controlado pelo exército. O novo executivo, nomeado pelo exército, que derrubou Mursi no dia 3 de julho, realiza desde meados de agosto uma violenta campanha de repressão contra os que se manifestam a favor do presidente, que venceu por maioria as eleições legislativas em 2011.