SÃO PAULO - O julgamento do Massacre do Carandiru prossegue na noite desta segunda-feira (29) com os depoimentos, em vídeo, de testemunhas de acusação, que foram ouvidas na primeira etapa do julgamento, ocorrida em abril deste ano. O primeiro vídeo a ser exibido foi o do ex-detento Antônio Carlos Dias, com duração de cerca de duas horas. O vídeo começou a ser exibido no final da tarde desta segunda.
A previsão é que na noite desta segunda também sejam exibidos os vídeos do ex-detento Marco Antonio de Moura e de Moacir dos Santos, que era diretor da Divisão de Segurança e Disciplina da Casa de Detenção do Carandiru e substituto imediato do então diretor do presídio, José Ismael Pedrosa. Com isso, encerram-se os depoimentos das testemunhas de acusação.
A segunda etapa do julgamento do Massacre do Carandiru prossegue na terça-feira (30) com os depoimentos das testemunhas de defesa. Os nomes das testemunhas não foram ainda confirmados, mas a expectativa é que sejam ouvidas quatro testemunhas presencialmente e duas terão seus depoimentos, que foram prestados na primeira etapa do julgamento, também exibidos por meio de vídeos.
Por envolver um grande número de réus e de vítimas, o julgamento do Massacre do Carandiru foi desmembrado em quatro etapas, de acordo com o que ocorreu em cada um dos quatro andares do Pavilhão 9 da Casa de Detenção. Na primeira etapa, em abril, 23 policiais militares foram condenados pela morte de 13 detentos, ocorrida no segundo pavimento. Nesta segunda etapa do julgamento do massacre, que teve início hoje (29), 26 policiais militares são acusados pela morte de 73 detentos no terceiro pavimento do Pavilhão 9 do antigo presídio.
O caso do Massacre do Carandiru ficou conhecido como o maior massacre do sistema penitenciário brasileiro. No dia 2 de outubro de 1992, os policiais acusados entraram no Pavilhão 9 da Casa de Detenção para reprimir uma rebelião. A ação resultou em 111 detentos mortos e 87 feridos.