Júri absolve PMs acusados de matar integrante do PCC

William Cardoso
15/11/2012 às 12:03.
Atualizado em 21/11/2021 às 18:18

Os três policiais militares acusados de executar Anderson Minhano, em 28 de maio deste ano, na Rodovia Ayrton Senna, na zona leste de São Paulo, foram absolvidos nesta terça-feira pelo 4.º Tribunal do Júri da capital. O caso foi sentenciado em menos de seis meses.

Minhano era um dos seis suspeitos de integrar o Primeiro Comando da Capital (PCC) mortos depois de uma suposta troca de tiros com os agentes das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) em um lava-rápido da Tiquatira, região da Penha. O evento é considerado o estopim da atual onda de violência no Estado.

O sargento Carlos Aurélio Thomaz Nogueira, de 42 anos, o cabo Levi Cosme da Silva Júnior, de 34, e o soldado Marcos Aparecido da Silva, de 37, foram acusados de atirar contra Minhano no acostamento da Ayrton Senna, perto do Parque Ecológico do Tietê, quando levavam o suspeito para ser socorrido, após o suposto tiroteio.

O relato da execução foi feito por uma testemunha, em tempo real, ao 190. Foram encontradas marcas de sangue onde ela dissera ter ocorrido o crime. Câmeras da concessionária da rodovia mostraram a viatura parada no local apontado.

No julgamento desta terça-feira no Fórum Mário Magalhães, os jurados absolveram por unanimidade os acusados. Segundo o advogado de defesa, Celso Machado Vendramini, a testemunha entrou em contradição - teria dito que eram quatro PMs na viatura e estava a 25 metros do local, quando a perícia apontou 68 metros de distância. "Acho que ela imaginou uma cena e narrou isso à polícia."

Sobre o motivo da parada durante o socorro, o advogado manteve a versão dos acusados, que não convenceu nem a Corregedoria da PM nem a Polícia Civil. "Eles pararam ali porque um dos policiais teve cãibra na perna. Ele já tinha um histórico de problemas musculares, foi até afastado de cursos da PM. Sustentei isso e os jurados aceitaram", disse Vendramini.

A matança no suposto tiroteio aconteceu depois que uma denúncia anônima apontou que, no lava-rápido, lideranças da facção planejavam o resgate de um preso no Centro de Detenção Provisória do Belém. Nenhum policial ficou ferido.

O promotor de Justiça responsável pelo caso, Estefano Kvastk Kummer, não quis comentar a decisão dos jurados. O Ministério Público informou que ele recorreu da decisão, tomada após 10 horas de julgamento. Segundo a PM, os policiais serão integrados às tarefas administrativas até a conclusão do procedimento interno. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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