A Justiça de Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), acatou a denúncia contra 16 dos 21 acusados de terem torturado, no final de junho; quatro jovens suspeitos de estuprarem e matarem Tayná Adriane Silva, 14 anos; para que eles confessassem os crimes. A denúncia foi oferecida na última sexta-feira (9) mas foi divulgada nesta quarta-feira (14) pelo Ministério Público do Paraná.
Quanto aos outros cinco acusados, a Justiça alegou que não há a competência para julgá-los, pois eles supostamente praticaram as torturas em Araucária e em Campo Largo, ambas também na RMC. Caso não ocorra consenso, o caso pode ser levado para o Tribunal de Justiça do Paraná.
Em entrevista a uma rádio de Curitiba, o coordenador estadual do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Leonir Batisti, comentou o suposto conflito de competências. "A denúncia foi recebida apenas com relação às pessoas envolvidas na tortura na Delegacia do Alto Maracanã (Colombo). Em relação aos outros, foi citado o conflito de competência junto ao Tribunal de Justiça, porque eles deveriam, segundo o entendimento da juíza, serem denunciados nos municípios em que aconteceram os atos, Araucária e Campo Largo", disse.
O crime
Tayná foi morta no dia 25 de junho, próximo a um parque de diversões no Jardim Dimas. Policiais da Delegacia de Alto Maracanã prenderam os quatro jovens e os apresentaram como os responsáveis confessos dos crimes de estupro e homicídio.
Com o resultado dos exames de sêmen encontrado em Tayná e que revelaram que os jovens não a estupraram, o caso sofreu uma reviravolta; os rapazes foram incluídos no Programa de Proteção a Testemunhas e levados para outro Estado; a delegacia de Colombo sofreu uma intervenção e dez policiais foram presos, juntamente com outros servidores da polícia e o delegado responsável, Silvan Pereira; além de um preso considerado de "confiança" que circulava pela delegacia.
Com as suspeitas de torturas confirmadas, o Gaeco formalizou uma denúncia no dia 1º de agosto contra pessoas que participaram ou se omitiram diante das torturas.