CAIRO - A Alta Corte Constitucional egípcia decidiu nesta terça-feira (10) suspender a aplicação do decreto do presidente egípcio, o islamita Mohamed Mursi, que havia ordenado o restabelecimento do Parlamento, invalidado em meados de junho por este mesmo tribunal. "A corte ordenou a suspensão do decreto presidencial" indicou uma fonte judicial. No domingo, oito dias após a sua posse, Mursi, membro da Irmandade Muçulmana, anulou por decreto a decisão das Forças Armadas que havia invalidado em 14 de junho o Parlamento, dominado pelos islamitas, em razão de um vício na lei eleitoral. Mas, segundo a mesma fonte, "a corte ordenou que sua decisão anterior (invalidando as eleições e declarando o Parlamento ilegal) seja aplicada". O presidente da câmara baixa, o irmão muçulmano Saad al-Katatni, indicou nesta terça-feira que o Parlamento havia enviado o caso de sua invalidação à Corte de Cassação. O Conselho Supremo das Forças Armadas (CSFA), por sua vez, recebeu queixas contra o decreto presidencial. A Assembleia do Povo Egípcio se reuniu nesta terça-feira de manhã após um decreto do presidente Mursi ordenando o seu restabelecimento, em um claro desafio ao Exército e à Justiça.