Kalil acena dar choque para enxugar a máquina na PBH

07/11/2016 às 20:27.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:33

A primeira e superficial leitura do perfil da equipe do prefeito eleito Alexandre Kalil (PHS) é que ele fará, na Prefeitura de Belo Horizonte, uma espécie de choque de gestão, nome dado ao modelo administrativo adotado pelos tucanos quando reassumiram o governo em 2003 (gestão Aécio Neves). 

Num gesto surpreendente, Kalil nomeou, ontem, técnicos qualificados ainda que tenham sido ligados ao partido que derrotou no segundo turno eleitoral, o PSDB, e que ficarão sob a coordenação do vice-prefeito eleito, Paulo Lamac (Rede), um ex-petista.

Um deles, o economista Fuad Noman implantou esse modelo no primeiro governo de Aécio (2003/2006); outro, André Reis foi braço direito da secretária de Planejamento, Renata Vilhena, no governo Antonio Anastasia (PSDB). O futuro governo está mapeando todos os cargos comissionados, mas ainda não conseguiu contabilizar os inúmeros terceirizados. Diante do alto volume desses cargos, a equipe prevê igualmente um profundo corte para enxugar a máquina, buscando grande economia. 

Na área política, o futuro prefeito começa a auscultar aliados para montar a estabilidade política e sua governabilidade. Ainda nesta segunda (7), Kalil convidou todos os futuros 41 vereadores para encontro amanhã à noite, em seu sítio, onde trocarão ideias e adiantará seu projeto. Há dificuldades da futura equipe em apoiar a reeleição do presidente da Câmara, Wellington Magalhães (PTN).

Além da preocupação com as chuvas de janeiro, o futuro prefeito quer mudar profundamente a comunicação com a cidade, priorizando as redes sociais, a exemplo do que fez em sua campanha eleitoral, e dispensando duplas sertanejas.

Partido pra quê?
Desinteressado da vida partidária, Kalil poderá deixar o PHS, desvinculando sua gestão dessa legenda. A exemplo do futuro prefeito de Betim, Vittorio Medioli (PHS), ele não quer saber do presidente regional do partido, deputado federal Marcelo Aro, que, no meio da campanha, desapareceu e não participou da disputa.

Não há sinais de que Kalil vá se filiar, por exemplo, na Rede, partido de seu vice, até porque sua relação com a ex-ministra Marina Silva não evoluiu durante a campanha. Ele convocou ato com a participação dela na Praça da Liberdade, mas ela não apareceu. Já na última semana de campanha do primeiro turno, quando ela organizou evento, no Mercado Central, foi ele que se ausentou.
 

Oposição assunta em Brasília
Acompanhados de um assessor do senador tucano Antonio Anastasia, deputados estaduais de oposição ao governador Fernando Pimentel (PT) reuniram-se, na tarde de ontem, com a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), a mineira Cármen Lúcia. O assunto não foi colocado na visita de cortesia, mas o objetivo dos parlamentares era saber da tramitação da ação do DEM, que questiona a validade do artigo 92 da Constituição Mineira nesse tribunal. 

De acordo com o artigo, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) não precisaria de autorização da Assembleia Legislativa para processar o governador do Estado. Pimentel é acusado de favorecer empresas no período em que foi ministro do Desenvolvimento (2011/2014). 

O STF não tem prazo para o julgamento e não deverá fazê-lo até o dia 23 de novembro, quando a Assembleia deverá votar o pedido do STJ.

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