Kalil admite dívidas milionárias, mas diz que "não se envergonha"

Filipe Motta
fmotta@hojeemdia.com.br
01/09/2016 às 22:58.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:39

(Divulgação)

“Sou empresário, devo, não me envergonho. Estou resolvendo, vou resolver”. Com essas palavras, o candidato à prefeitura da capital, Alexandre Kalil (PHS), respondeu ao questionamento sobre dívidas de R$ 2 milhões com empresas da iniciativa privada e de mais de R$ 100 mil com o município de Belo Horizonte, por débitos de IPTU. A pergunta foi feita em entrevista à rádio CBN, na manhã de ontem.

As dívidas do candidato, alvo de 13 processos judiciais, foram reveladas por reportagem do Hoje em Dia publicada no dia 25 de agosto pelo jornal.
Após reforçar que não tem vergonha das dívidas, o candidato do PHS disse que haveria problema somente se ele estivesse envolvido em algum escândalo de corrupção, o que, afirmou, não é o caso.

“Disso (corrupção) eu teria vergonha, muita vergonha. Teria muita vergonha se a minha empresa, que tem 50 anos, tivesse metida na ‘Lava Jato’. Se, ao invés de dever o INSS, ela tivesse sido pega num escândalo. Então é bom pegar nesse assunto, porque, é o seguinte: a minha empresa tem 50 anos, eu tenho 57 e nunca me meti em escândalo nenhum”, garantiu o ex-presidente do Atlético Mineiro.

O candidato ainda pontuou que as dívidas foram feitas no período anterior ao mandato como presidente do Galo. “O importante é a população saber que passei no Atlético, entrei e já tinha processo. Passei e não encostei a mão em um vintém do Atlético”, afirmou. No caso da dívida de Kalil com a prefeitura, por falta de pagamento do IPTU, em um dos processos a Justiça determinou o bloqueio de recursos de uma conta bancária do candidato.

Em outro caso, num dos processos com a iniciativa privada, a empresa Ipiranga Asfaltos cobra da Erkal Engenharia, que tem Kalil como sócio, R$ 1,282 milhão em notas promissórias assinadas e não pagas. Nesse processo judicial, foi determinada a penhora das cotas de participação de Kalil na empresa, que equivalem a 14,8% da Erkal.

Ontem, durante a entrevista, Kalil também defendeu que a prefeitura invista na área de ciência e tecnologia como caminho para o crescimento da economia local. “Tem que ser uma cidade polo de tecnologia, porque nós não temos mais espaço (físico) para mais nada”, disse o candidato do PHS.

Inspirados no ‘San Pedro Valley’, candidatos veem setor de tecnologia como promissor
Além de Kalil, a área de ciência e tecnologia tem chamado a atenção nas propostas dos outros candidatos, que com frequência fazem referência ao aglomerado de start ups que surgiu na Zona Sul da cidade, nos últimos anos, que ficou conhecido como ‘San Pedro Valley’.

Líder nas pesquisas, João Leite (PSDB) se reuniu na manhã de ontem com empresários do setor de tecnologia da informação .

O candidato Délio Malheiros (PSD) disse que a PBH tem uma forte atuação institucional de apoio às entidades mais importantes do setor de Ciência e Tecnologia em Minas Gerais. “Pretendemos continuar trabalhando para o aprimoramento de um ambiente favorável aos negócios, focando em ações que vão desde a desburocratização para instalação de empresas, existência de mão-de-obra e mercado consumidor, logística de distribuição e até mesmo condições favoráveis do território urbano, como mobilidade e sustentabilidade, que atraem e fixam na cidade os melhores profissionais”, disse.

Reginaldo Lopes (PT), que participou de encontro com trabalhadores do ensino superior, na UFMG, defende a criação de um órgão na prefeitura para “novas economias”. Ele aposta em investimentos no centro tecnológico da UFMG, o BHTec, e a criação de um “centro de manufatura avançado”, no Vetor Norte, integrando as instituições de pesquisa da cidade.

Menos Burocracia
Sargento Rodrigues (PDT), que ontem visitou o Cefet e fez caminhadas pelo Prado e Gutierrez, também defende a criação de um órgão próximo ao gabinete do prefeito para induzir investimentos em ciência e tecnologia. “Vejo a previsão do orçamento municipal, hoje, ao setor como muito tímida. É somente 1,03% do orçamento de R$ 14 milhões”, diz.

Corte de Impostos
O corte de impostos para o setor de tecnologia é defendido por Eros Biodini (PROS). “Vamos reduzir a alíquota do ISS para, pelo menos, 2%. Essa foi a alíquota que, há alguns anos, estimulou a área em BH. Hoje ela está em 2,5%. Talvez seja possível chegar em até 1,8%”, disse.

Rodrigo Pacheco (PMDB), que ontem se encontrou com artesãos, em seu comitê, e com lojistas, no Barro Preto, vai na mesma direção de regime tributário estável para o campo.

“A área de tecnologia é uma fonte limpa de geração de riqueza e de mão de obra. Na nossa linha de cidade digital, é interessante abrir as portas de BH e incentivar as quem já estão aqui”, disse.

  


 

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