Dezoito meses depois que tomou posse, o governador Fernando Pimentel (PT), finalmente, recebeu o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), que, oficial e até pessoalmente, em eventos públicos, solicitava audiência. O encontro não foi agenda oficial, do tipo pública, mas aconteceu, reservadamente, no Palácio das Mangabeiras, residência oficial do governador na semana passada. 

A reaproximação só foi possível depois que Lacerda se manifestou, publicamente, contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), quando ela ainda estava no cargo, e por seu iminente afastamento político do senador Aécio Neves (presidente nacional do PSDB). 

O encontro não tratou de possível aliança política entre os dois para as eleições municipais que se avizinham, mas abriu portas para eventual segundo turno ou nas eleições estaduais de 2018. Informalmente, também trataram de assuntos administrativos. 

Antes de se tornarem rivais, Lacerda tinha Pimentel como padrinho político, ao lado de Aécio, em 2008, quando o lançaram e o apoiaram para prefeito de BH. Em 2012, em sua reeleição, o prefeito rompeu com o PT e com Pimentel, mas manteve a aliança com Aécio. Para as próximas eleições, só aceita o apoio do tucano se for de seu jeito e em torno de seu candidato (Paulo Brant, do PSB). Com o candidato tucano (João Leite), nem pensar.

A reaproximação com Pimentel poderá também inviabilizar a pré-candidatura a prefeito do petista Roberto Carvalho, que foi vice-prefeito na primeira gestão de Lacerda, quando ficaram inimigos. Uma vez candidato, Carvalho teria como principal alvo a gestão do ex-aliado. Uma campanha hostil poderia atrapalhar os entendimentos futuros.

Diga com quem andas em BH

Aviso aos candidatos a prefeito de Belo Horizonte. Se andar ao lado do prefeito, corre o risco de perder alguns votinhos e ganhar mais; se o companheiro for o Aécio Neves, vai perder mais, mas também sairá ganhando outros. A rejeição ao tucano cresceu 10 pontos, mas não chega a ser grave. Porém, se o acompanhante for o governador Pimentel, o risco de perder é maior do que o de ganhar. Pesquisa apontou alta rejeição dele; a do PT foi a 40%. 

Jogada com cruzeirenses

Antes de comunicar sua pré-candidatura a prefeito de BH ao cruzeirense Aécio Neves (PSDB), o atleticano Alexandre Kalil (PHS) anunciou a decisão a outro cruzeirense, Fernando Pimentel. 

Justiça solta dois do caso Hidroex

Dois dos sete presos na Operação “Aequalis”– que apura corrupção nas obras do centro de pesquisas “Cidade das Águas”, da Fundação Hidroex, em Frutal (Triângulo Mineiro) –, conseguiram, ontem, habeas corpus.

Um deles é Neif Chala, ex-funcionário da Secretaria de Ciência e Tecnologia na gestão de Nárcio Rodrigues, ex-presidente do PSDB mineiro. No mesmo dia, a Justiça aceitou denúncia contra os 15 envolvidos, entre eles o ex-dirigente tucano. Há outros pedidos de soltura, mas serão analisados na próxima quinta-feira na mesma instância. 

Ainda ontem, na Assembleia Legislativa, a Comissão de Administração Pública aprovou a extinção da Hidroex, transferindo o empreendimento já concluído para a Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG), que usará o espaço para atividades de ensino. 

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