Legião estrangeira carrega o peso de fazer a Bélgica brilhar

Mamede Filho - Hoje em Dia
16/06/2014 às 07:21.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:01

(Lucas Prates)

O torcedor brasileiro foi forçado, nos últimos anos, a ver os astros da Seleção de longe, apenas pela TV, vestindo as camisas dos grandes clubes do futebol europeu. Essa relação platônica também castiga alguns países do Velho Continente. O caso mais curioso é o da Bélgica, país de origem de alguns dos principais candidatos a destaque desta edição da Copa do Mundo.

A lista de convocados do técnico Luiz Felipe Scolari para o Mundial teve quatro atletas que atuam no Brasil: a dupla do Atlético Victor e Jô, além de Jefferson (Botafogo), e Fred (Fluminense).

Pouco, certo? Não se comparada com a relação do comandante Marc Wilmots, que convocou somente três atletas que atuam no futebol belga, nenhum deles conhecidos do grande público: o goleiro Sammy Bossut, do Zulte-Waregem; o zagueiro Laurent Ciman, do Standard Liège; e o lateral Anthony Vanden Borre, do Anderlecht.

Os demais jogadores, aqueles que carregam o peso de formar uma das gerações mais promissoras do futebol belga, estão longe das fronteiras do país. Onze deles defendem clubes do badalado Campeonato Inglês, como o atacante Romelu Lukaku.

“Hoje vivemos em outros países, e isso acaba fazendo com que a seleção nacional se torne ainda mais especial para nós”, confessa Lukaku, que na última temporada foi um dos destaques da Premier League com a camisa do Everton.
 

A força da nova geração belga pode ser vista até debaixo das traves. O titular Courtois foi campeão espanhol e vice europeu pelo Atlético de Madrid, enquanto o reserva Mignolet se destacou no vice-campeão inglês Liverpool.

Levantar troféus não é uma exclusividade de Courtois. Três dos zagueiros belgas que desembarcaram no Brasil venceram títulos nacionais nesta temporada.

Vincent Kompany foi campeão inglês pelo Manchester City, Van Buyten venceu o Alemão com o Bayern de Munique, e Vermaelen faturou a Copa da Inglaterra pelo Arsenal.

“Não nos sentimos pressionados por jogar o Mundial. Atuamos em grandes clubes, estamos mais que acostumados a disputar títulos importantes”, resume Lukaku. Os currículos destes astros não desmentem o atacante do Everton.

Minientrevista - Lukaku

Os grandes astros de hoje da Bélgica não atuam no país. Para você, o fato de jogar pela seleção traz mais proximidade com o país?

Hoje vivemos em outros países, e isso acaba fazendo com que a seleção nacional se torne ainda mais especial para nós. Mas ainda somos muito ligados aos clubes belgas. Todos nós iniciamos nossas carreiras lá, e ainda acompanhamos o que acontece de perto.

A falta de experiência em Copas do Mundo pode atrapalhar a atuação de vocês no Brasil?

De maneira nenhuma. Nós somos jovens e ainda estamos na primeira fase de nossas carreiras, mas jogamos em grandes clubes e estamos muito acostumados a lidar com a pressão de disputar títulos das maiores competições.

Você acabou de completar 21 anos. Toda essa pressão em uma idade tão baixa te incomoda?

Amo jogar sob pressão. Eu anseio pelos jogos em que a pressão é acima do normal. Um jogador que não consegue atuar nessas condições não está pronto para participar das grandes partidas.

Uma boa participação na Copa pode representar uma transferência milionária para você. Isso passa pela cabeça?

Penso em representar o meu país. Se formos bem, será bom para todos os 23 convocados. Mas isso é uma consequência, não o primeiro objetivo.

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