16h20 - Duas reviravoltas na reta final
A atipicidade das eleições ganhou ares de reviravolta com a morte trágica do ex-candidato presidencial do PSB, Eduardo Campos, sendo substituído pela ex-ministra Marina Silva. A partir daí, um estado de emoção catapultou Marina Silva para a liderança das pesquisas, chegando a ameaçar a reeleição da presidente Dilma Rousseff ( PT ). A primeira vitima dessa primeira mudança foi a queda do tucano Aécio Neves para o segundo lugar, de 23% para 14%. Diante do risco maior, o PT desencadeou campanha negativa, com apoio dos rivais tucanos, contra a ex-ministra, que não teve forcas suficientes para enfrentar o bombardeio seguido de desgaste. O resultado foi nova reviravolta na campanha. Aécio cresceu no vácuo de Marina e resgatou, coma ajuda do PT, a polarização que, há 20 anos, domina a política brasileira entre tucanos.
16h - Falta de dinheiro encurtou a campanha
Outra novidade desta sucessão foi o encurtamento da campanha por conta da falta de dinheiro. Os empresários ficaram receosos com o financiamento privado de campanha diante das denúncias de corrupção (caixa dois), além do cenário de incertezas econômica e política. Com isso, a propaganda política sumiu do mundo real, onde a frieza e o distanciamento do eleitor contribuíram para o desaquecimento. No campo jurídico, a doação de dinheiro deverá sofrer fortes mudanças para as próximas eleições. Hoje, tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) ação patrocinada pela OAB, contestando o financiamento eleitoral por pessoa jurídica. No colégio de 11 ministros, seis já votaram pela proibição. A tendência de veto deverá obrigar o Congresso Nacional a reassumir a iniciativa e o protagonismo de fazer mudanças profundas. Caso contrário, o STF judicializará o assunto, regulamentando o que e o que não pode.
15h21 - Independência do eleitor neutraliza padrinhos políticos
As mesmas mudanças cobradas pelo cidadão influenciaram o comportamento do eleitor, que rejeitou a influência dos padrinhos políticos nestas eleições. As lideranças políticas do ex-presidente Lula (PT) e do candidato presidencial Aécio Neves (PSDB), por exemplo, falharam ao não conseguir transferir votos para seus candidatos a governador: o petista Alexandre Padilha, em São Paulo, e o tucano Pimenta da Veiga, em Minas, respectivamente. A própria candidatura presidencial do tucano mineiro, ao contrário do que planejou, não recebeu o apoio maciço de seu estado neste primeiro turno.
15h03 - Mudança vira marca da campanha presidencial
As eleições presidenciais de 2014 são as mais atípicas de toda a história política. Como não existem fatos isolados nesse campo, a campanha eleitoral foi antecipada pelas manifestações de junho de 2013. O recado das ruas foi dado em barulhento protesto contra os políticos e suas práticas. De lá pra cá, o cidadão ficou mais exigente, desconfiado, insatisfeito e independente. Tudo somado, sobrou uma palavrinha mágica que os marqueteiros transformaram em mote de campanha: mudança. Todos, da situação à oposição, tentaram incorporar e se identificar com a ideia. Até mesmo, a candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), representante da continuidade, assumiu o discurso ao adotar o slogan "mais mudanças". Marina Silva (PSB) chamou-se de representante da "nova política", e o tucano Aécio Neves, se disse "mudança com segurança".