Líbia planeja licitar concessões de petróleo em 2013

AFP
13/03/2013 às 21:10.
Atualizado em 21/11/2021 às 01:52
 (Mahmud Turkia)

(Mahmud Turkia)

TRÍPOLI - A Líbia planeja licitar concessões de petróleo no fim de 2013, disse o ministro do Petróleo, Abdelbari al-Arussi à AFP nesta quarta-feira (13), acrescentando que Trípoli quer aumentar sua participação na Opep.

"Precisamos de algum tempo para estudar os detalhes, mas provavelmente anunciaremos a licitação para as ofertas de exploração de petróleo no quarto trimestre de 2012", disse ele em uma entrevista.

Arussi informou que há uma "forte demanda" das principais companhias de petróleo à Líbia, "um país promissor com grandes superfícies que ainda não foram exploradas, tanto em terra como no mar".

As últimas concessões energéticas na Líbia, a quarta na história do país, foram concedidas em 2007 para a exploração de gás natural.

O ministro também disse que o Trípoli planeja solicitar o aumento em sua cota de produção na Opep, do nível atual de 1,5 milhão de barris por dia a 1,7 milhão bpd.

"Solicitaremos uma cota adicional na próxima reunião da Opep. Nosso objetivo é a atingir 1,7 milhão bpd", afirmou, acrescentando que as conversas iniciais com o cartel já começaram.

Arussi disse que a Líbia precisa de mais fundos extras para financiar a reconstrução do país após a revolução de 2011 que derrubou Muamar Kadhafi.

A produção de petróleo da Líbia foi reduzida a quase zero com a saída das empresas estrangeiras e especialistas durante a revolução, mas o país praticamente já recuperou seu nível anterior à guerra, de 1,6 milhão bpd.

Os hidrocarbonetos respondem por mais de 80% da produção nacional bruta da Líbia e mais de 97% de suas exportações.

"Nossas prioridades são, primeiramente, manter o nível atual de produção através da manutenção regular e desenvolvimento de campos de petróleo, e depois segurança", disse o ministro à AFP.

"Com certeza houve incidentes, mas isso acontece em todo o mundo. No geral, a Líbia é um país seguro", disse ele em uma mensagem às empresas estrangeiras.

Desde a queda de Kadhafi, violentos protestos prejudicaram a produção de hidrocarbonetos, incluindo a suspensão do fornecimento de gás para a Itália na semana passada por causa de conflitos entre grupos armados no oeste da Líbia.

Arussi disse que a Líbia também planeja aumentar sua capacidade de refino e desenvolver sua indústria petroquímica, que gera empregos.

"A Líbia importa 70% do combustível que necessita, algo que não é normal para um país que tem produzido petróleo durante décadas", disse ele, anunciando a criação de uma empresa pública sediada na cidade de Benghazi.

Arussi afirmou que seria responsável por projetos de refinaria, desenvolvimento de indústrias petroquímicas, a modernização da refinaria Zawiyah no oeste da Líbia e a expansão das de Tobruk e Sarrir para o leste.

Uma refinaria deve ser construída na região sul de Sabha para atender as demandas de combustível da região, disse ele.

"Um estudo está sendo realizado para a construção de uma área industrial ao redor do porto petrolífero de Ras Lanuf (leste da Líbia), com custo de 45 bilhões de dólares", disse o ministro.

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