Líder nas pesquisas, prefeito é alvo de ataques de concorrentes

Ana Flávia Gussen e Lucca Figueiredo
28/09/2012 às 22:15.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:40
 (Lucas Prates)

(Lucas Prates)

Em um debate acalorado, a apenas oito dias das eleições, realizado nesta sexta-feira (28), na Fundação João Pinheiro, o prefeito e candidato à reeleição Marcio Lacerda (PSB) virou alvo das críticas de todos os concorrentes à Prefeitura de Belo Horizonte.

À frente nas pesquisas de intenção de voto, o socialista classificou como “injusto” o ataque conjunto. Seu principal concorrente, Patrus Ananias (PT) disse que “sentiu” mais apoio dos estudantes da plateia.

Seis dos sete candidatos compareceram ao evento. Alfredo Flister (PHS) alegou problemas particulares e não esteve no local. Durante todo o encontro, Marcio foi alvo de críticas e ataques.

Direito de resposta

Por conta dos ataques, Marcio foi o único a pedir direito de resposta para a organização do debate. Isso aconteceu quando Tadeu Martins (PPL) acusou a prefeitura de ter envolvimento com a empresa Delta, que pertence ao bicheiro Carlinhos Cachoeira. “Uma das obras de preparação da avenida Pedro I tinha a participação da Delta. Mas não conheço o dono”, disse. “O Tribunal de Contas fez uma fiscalização e não encontrou nada. Depois do noticiário negativo, a Delta saiu”.

Marcio foi atacado também em outros momentos. Entre os temas abordados estão declarações atribuídas a ele na campanha e ações da atual gestão como, por exemplo, a instalação de pedras embaixo de viadutos.

Durante entrevista, o socialista questionou o formato do debate. “O modelo foi injusto. Digamos que foi um julgamento sem advogado de defesa”, lamentou.

Postura

Para ele, a postura de seus concorrentes já era esperada. “É normal na reta final de eleição essa agressividade contra quem está à frente das pesquisas, mas vamos manter a tranquilidade e manter a calma”.

O prefeito criticou os adversários ao dizer que eles poderiam ter adotado postura mais propositiva. “O que ocorre é que, muitas vezes, as pessoas não apresentam propostas. Preferem criticar”.

Patrus acredita que teve uma receptividade maior da plateia e encarou a manifestação como apoio à sua campanha.

Boatos

Patrus acusou, ainda, seus adversários de “espalharem boatos” para prejudicar sua campanha.

Questionado sobre a resistência da classe médica em apoiá-lo, já que uma de suas propostas é abrir os postos de saúde nos fins de semana, o petista disse que a ideia será executada em parceria com a categoria. “Algumas pessoas estão disseminando esses boatos.

Deve ter a ver com nossos adversários. A abertura dos postos nos fins de semana será progressiva e feita em parcerias com entidades. Também vamos contratar mais médicos”, disse.

O petista classificou como “alarmante” o fato de a atual administração destinar 40% da arrecadação para as parcerias.
Ele defendeu que as empresas privadas tenham um papel “marginal” na Prefeitura de BH.

“Se esse número procede, ele não é razoável. É muito elevado. Defendo parcerias transparentes, mas em áreas como saúde e educação o Estado deve ter uma presença forte e clara”, argumentou.

Em meio à troca de farpas, Marcio afirmou que recebeu uma “herança difícil” das administrações anteriores, fazendo uma crítica clara às gestões petistas.

Mais três encontros antes da eleição

Os candidatos a prefeito de Belo Horizonte terão, pelo menos, mais três debates até o dia sete de outubro, data marcada para a eleição. Quatro dos sete candidatos vão participar dos encontros em emissoras de televisão. O primeiro deles será realizado na Record Minas, na próxima segunda-feira. Os candidatos Vanessa Portugal (PSTU), Pepê (PCO) e Tadeu Martins (PPL) ainda não foram confirmados. Isso porque as organizações dos debates adotam o critério da representatividade na Câmara dos Deputados para convidar os candidatos. Os partidos dos três não possuem parlamentares em Brasília.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por