Líderes africanos pedem mobilização internacional "mais ampla" no Mali

FolhaPress
19/01/2013 às 14:26.
Atualizado em 21/11/2021 às 20:47

Os chefes de Estado e de Governo da África Ocidental, reunidos neste sábado (19) em Abidjan, apelaram por uma mobilização internacional `mais ampla'' nas operações militares no Mali, onde soldados franceses e malinenses combatem grupos islamitas armados, na espera da implantação de uma força africana.

`O momento chegou para um engajamento mais amplo das grandes potências e de um número maior de Estados e organizações nas operações militares, a fim de que uma maior solidariedade fortaleça a França e a África na guerra contra o terrorismo no Mali'', declarou o chefe de Estado da Costa do Marfim, Alassane Ouattara.

Presidente em exercício da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), ele discursou na abertura da cúpula destinada a acelerar a implantação de uma força de intervenção no Mali, na presença do presidente interino do Mali, Dioncounda Traoré.

O presidente do Chade, Idriss Deby -cujo país não faz parte da CEDEAO, mas prometeu enviar tropas, e o ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, também participam.

A França realiza ataques aéreos e destacou tropas em solo para conter o avanço dos insurgentes, impedindo que os militantes ampliem seu controle na zona deserta do norte de Mali.

Os riscos cresceram muito nesta semana, quando militantes armados citaram a intervenção francesa como pretexto para atacar uma usina de gás na vizinha Argélia e tomar reféns. Há um número desconhecido de mortos e mais de 20 estrangeiros permanecem detidos ou desaparecidos.

A crise forçou as nações africanas a acelerarem sua própria missão em Mali, o que estava planejado para acontecer somente em setembro.

A Missão Internacional de Apoio ao Mali (Misma) recebeu mandato da ONU para ajudar o Mali a reconquistar o norte do país, ocupado há mais de nove meses por grupos extremistas islâmicos, que multiplicaram seus abusos.

A operação francesa teve início há dois dias, mas `não substituirá a ação da Misma'' que deve ser implementada `o mais rápido possível, o que é o objetivo desta reunião'', afirmou Fabius na cúpula.
O presidente nigeriano Mahamadou Issoufou declarou ao jornal francês Le Parisien que `a França está no Mali apenas para apoiar o país e a África''.

Cerca de 2.000 membros da Misma devem ser enviados ao Mali até 26 de janeiro. Uma centena de soldados togoleses e nigerianos já chegaram a Bamako.

Oito países da África Ocidental -Nigéria, Togo, Benin, Senegal, Níger, Guiné, Gana e Burkina Faso- mais o Chade anunciaram sua contribuição com a Misma. No total, serão 5.300 soldados do continente africano enviados.

França

Dois mil soldados franceses já estão no território do Mali e este número deve chegar a 2.500 em breve, segundo Paris. `Pode ser que este número seja ultrapassado'', afirmou o ministro francês da Defesa, Jean-Yves Le Drian, entrevistado pela rede de televisão France3, acrescentando que no total `cerca de 4.000 militares'' estarão `mobilizados para esta operação''.
   

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