O mercado financeiro recebeu com otimismo a divulgação do resultado da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) no segundo trimestre, no qual obteve lucro líquido de R$ 740,9 milhões. O montante representa uma expansão de 20% em relação ao lucro de R$ 617,2 milhões obtido no mesmo período do ano passado. Nessa quinta-feira (14), as ações preferenciais da Cemig subiram 1,39%, chegando a R$ 19. Já o valor dos papéis ordinários subiu a R$ 19, ganho de 0,84%. A Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa) fechou o dia com alta de 0,36%.
Para analistas do setor elétrico, o resultado robusto evidencia a capacidade operacional da companhia. “Mesmo diante da suspensão de concessões, do sistema errático de reajustes e da retração no consumo industrial, a Cemig mostra resultados expressivos. Com certeza, os investidores estão de olho nesse fundamento da empresa”, avalia o presidente do Instituto Mineiro de Mercado de Capitais (IMMC), Paulo Ângelo Carvalho de Souza.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) do segundo trimestre totalizou R$ 1,576 bilhão, avanço de 25,9% na comparação com o mesmo período de 2013. A receita líquida totalizou R$ 4,737 bilhões entre abril e junho, um avanço de 37,8% sobre o mesmo intervalo do ano passado, impulsionada pelos ganhos obtidos pela Cemig com a venda de energia no mercado de curto prazo e pelo patamar mais elevado do Preço de Liquidação de Diferenças (PLD), praticado nesse ambiente de negociação.
No relatório de divulgação de resultados, o diretor-presidente da estatal, Djalma Morais, afirmou que os resultados apresentados no segundo trimestre de 2014 estão em linha com as diretrizes definidas no plano diretor.
“Nossa estratégia de crescimento sustentável tem se traduzido em diversas operações cujo foco é proporcionar aos acionistas a maximização do retorno de seus investimentos, sempre respeitando todas as partes interessadas. Dentre essas operações, podemos citar o aumento da participação na Gasmig, cuja aquisição pela Cemig é parte da nossa estratégia de criação, em parceria com a Gás Natural Fenosa, da Gás Natural do Brasil S.A., que será uma nova plataforma de consolidação de ativos e investimentos em projetos de gás natural”, anotou.
O executivo ressaltou ainda, no documento, a compra de participação de 50% no Projeto Zeus, que prevê a instalação de 25 parques eólicos na Bahia. “Estamos nos estruturando para os desafios do setor elétrico, em especial em energia renovável. Além de crescer por meio de aquisições e fusões, continuamos a investir bastante em nossa área de concessão”, informou.