Lula reúne 5 mil na Praça da Estação durante comício pró-Patrus

Ezequiel Fagundes, Lucca Figueiredo e Amália Goulart - Do Hoje em Dia
31/08/2012 às 21:08.
Atualizado em 22/11/2021 às 00:55

(Carlos Roberto)

De volta ao palanque eleitoral, pela primeira vez, desde que foi curado de um câncer de laringe, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou, na noite desta sexta-feira (31), de um comício para o candidato petista à Prefeitura de Belo Horizonte, Patrus Ananias, na Praça da Estação, no hipercentro da capital. Mesmo com a voz modificada por causa da doença, Lula falou por cerca de 14 minutos para uma plateia de aproximadamente cinco mil pessoas, segundo cálculos da Polícia Militar.


Ao lado do ministro Fernando Pimentel e do presidente nacional do PT, Rui Falcão, Lula classificou o prefeito Marcio Lacerda (PSB) como “tocador de obras” e disse que ele “não sabe sorrir”, “não tem coração” e que mais se parece com “uma pedra de gelo”. “Eles (adversários) sabem que nós vamos ganhar a eleição em Belo Horizonte. Eles sabem disso porque o povo vai saber escolher a diferença entre um tocador de obras, só. Eles vão conhecer o outro tocador de obra que está pensando na criança, que não tem atendimento médico adequado”, atacou.

Em tom irônico, o petista destacou a importância do governo federal para as obras da cidade e aproveitou para criticar o governo do ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso. “O Patrus, quando foi prefeito, não tinha presidente para colocar dinheiro na cidade. Não tinha o Lulinha lá, não tinha a Dilminha lá, tinha o FHC que não dava dinheiro para ninguém”, considerou.

Lula ainda comentou sobre a situação financeira de Minas. “O governo estadual parece que não está tão bem. Se o Anastasia pudesse falar, ele falava que o Estado está quebrado”, alfinetou.

Por fim, Lula prometeu voltar para um segundo comício se sua garganta permitir. Ao redor da praça, colaboradores das campanhas de candidatos a vereador aproveitaram o espaço e a presença de Lula para distribuir material de campanha. Foram montadas cerca de 50 barracas, porém, nem todas foram ocupadas.


Rompimento

Mais cedo, Lula se reuniu com candidatos do interior. No encontro, Rui Falcão admitiu que tratou com Walfrido dos Mares Guia (PSB), na noite de quinta-feira, do rompimento da aliança com Marcio. Segundo Falcão, Walfrido fez um retrospecto da dobradinha com o PT, que durou quase quatro anos. “Ele reconstituiu, de forma muito breve, o que tinha acontecido em Belo Horizonte. Da nossa conversa, do documento que ele assinou. Aí eu disse que Marcio Lacerda não tinha palavra”, resumiu.

Falcão referiu-se a documentos assinados por Walfrido, garantindo coligação proporcional ao PT, o que não ocorreu e motivou a saída petista da coligação de Marcio.

Estratégias Lula chegou a BH, na noite de quinta-feira (30), e foi direto para a casa do presidente estadual do partido do prefeito Marcio Lacerda (PSB), Walfrido dos Mares Guia. Na ocasião, traçou estratégias para a campanha petista. Walfrido promoveu jantar para Lula e chamou Patrus. Marcio não foi convidado.   A missão do ex-presidente é tentar reverter a diferença de 16 pontos percentuais que mantém Patrus na segunda colocação na capital mineira. Ouviu de aliados o pedido de Dilma subir no palanque de Patrus. Também teria concordado com a ideia. Por isso, deve tentar agendar a vinda da presidente para a última semana de setembro.   A pouco mais de um mês das eleições, a campanha de Patrus está revendo estratégias. Na casa de Walfrido, Lula aconselhou o petista a reduzir os ataques ao concorrente. “Ele fez uma ponderação que vou colocar rigorosamente em prática: não responder às provocações do adversário”, afirmou Patrus.

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