(Douglas Magno/AFP)
"O problema não é só o Lula, é que tem milhões de Lula", ironizou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao discursar na noite desta quarta-feira (21), no Expominas, em Belo Horizonte.
Começando com um discurso inicialmente emocional e sem tantos ataques a seus adversários políticos, o ex-presidente Lula encerrou o lançamento de sua pré-candidatura, após um dia inteiro em Minas Gerais.
Pela manhã Lula foi a um acampamento do Movimento dos Sem-Terra e também à Colônia Santa Isabel, de hansenianos, em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Lula lembrou seu histórico "de nordestino e com apenas o diploma de torneiro mecânico" e disse que, por isso, foi "vítima do preconceito e do ódio". Mas, depois, não poupou críticas aos procuradores da "Lava-Jato" e reclamou da "perseguição da mídia".
Lideranças partidárias garantiram que o PT não tem "plano B" e que vai "fazer Lula presidente do Brasil". A posição ganhou eco entre a plateia que espalhou cartazes, botons e camisetas: "Eleição sem Lula é fraude."
O partido sinaliza que vai insistir na inocência do ex-presidente. De acordo com a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffman, presente ao evento, advogados do ex-presidente apontaram, em seus embargos junto ao Tribunal Federal da 4ª Região, em Porto Alegre, "38 omissões, 16 contradições e cinco pontos obscuros".
Críticas ao governo federal
O governador Fernando Pimentel voltou a fazer críticas à intervenção federal no Estado do Rio de Janeiro. "Estão querendo trazer a ditadura de volta", afirmou. "Que intervenção é esta que quebra a autonomia dos estados, o chamado pacto federativo", alertou.
O presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Wagner Freitas, ressaltou que o golpe trouxe uma união inédita da esquerda no Brasil". Também houve discursos de representantes de partidos aliados, como o PCdoB, o PCO e a representação municipal do PSB.
Sucessão mineira
O deputado estadual Durval Ângelo (PT) afirmou que a adesão da maioria do diretório estadual do MDB à reeleição do governador Fernando Pimentel(PT), esta semana, sinaliza avanços no apoio a Lula. "Foram 44 votos contra 27 dentro do diretório emedebista", acrescentou.
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