SÃO PAULO - O senador italiano Carolo Giovanardi, que pertence ao partido Povo da Liberdade, afirmou nesta terça-feira (1°) que a maioria de seus correligionários apoiarão o governo do primeiro-ministro Enrico Letta, enfrentando a decisão do líder do partido, o ex-chefe de governo Silvio Berlusconi.    Berlusconi anunciou no sábado (28) a retirada de todos os cinco ministros do Povo da Liberdade do governo de Letta, formado após uma crise política provocada pela eleição legislativa de fevereiro. No entanto, três ministros mostraram contrariedade à escolha do ex-premiê.    Dentre eles, o secretário-geral do partido, Angelino Alfano, que era vice-premiê e garantiu que todos os parlamentares deverão apoiar o primeiro-ministro. A expectativa é que Letta apresente um pedido de voto de confiança ao Parlamento amanhã, para definir a continuidade do governo.    Em entrevista nesta terça, Giovanardi disse que existe um apoio à luta de Berlusconi contra as manobras para expulsá-lo do Parlamento, após as condenações por fraude fiscal. No entanto, a maioria dos parlamentares não deseja derrubar a coalizão governista.    "Queremos manter este governo, que é o único ponto de equilíbrio político", disse Giovanardi. "Por isso que votaremos a favor do voto de confiança".    Para ele, a demissão dos ministros foi uma proposta dos chamados "falcões", setor radical do PDL que ele afirma ser minoria. O senador moderado diz que tem mais de 40 senadores que desejam manter a coalizão com o Partido Democrático, de Letta.    O primeiro precisa do apoio de 24 parlamentares dissidentes do PDL e de outros partidos opositores para garantir a manutenção da maioria no Senado italiano. Segundo assessores, Letta apresentará a renúncia ao presidente Giorgio Napolitano se perceber que não conseguirá o apoio necessário no voto de confiança.    Além dos dissidentes do partido de Berlusconi, há a previsão de que entrem na coalizão governista três integrantes do Movimento Cinco Estrelas, partido contrário ao sistema político italiano criado pelo comediante Beppe Grillo e que terminou em terceiro lugar na eleição de fevereiro.    Os aliados de Letta afirmam que Angelino Alfano será fundamental para garantir o apoio que o chefe de governo precisa para se manter no cargo. A crise política na Itália pode complicar o cenário econômico do país, que é um dos mais afetados pela crise da dívida pública na União Europeia.

Compartilhar