Mamona não será mais principal matriz energética da Petrobras

Jornal O Norte
01/08/2008 às 16:23.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:39

Valéria Esteves


Colaboração para O NORTE

Desde o ano de 2006, a Petrobras já previa que a mamona não seria apropriada num primeiro instante para ser usada como matriz energética, sem antes ser desenvolvida pesquisa onde fossem criados novos híbridos. Essa notícia de que a mamona é que seria a matéria-prima a ser usada pela Petrobras até que se fixou de 2006 até agora, quando o governo federal reconheceu que os pesquisadores da Petrobras já previam que a produção de mamona híbrida demoraria mais que a demanda de mercado esperaria. Dessa maneira, Segundo Luiz Freitas, gerente de energia renovável da Petrobras, desde que os pesquisadores da petroquímica foram à Índia, há cerca de dois anos, saber como funcionava a cadeia produtiva do biodiesel ou das oleaginosas,já se previa que o pinhão manso e outras oleaginosas como soja,gergelim, girassol entre outros seriam as mais indicadas.




Desde 2006, a Petrobras sabia que a mamona não poderia


ser usada inicialmente


O volume disponibilizado em 2008 foi, segundo o governo federal, a soma dos 49 milhões de litros por ano oferecidos pelas cinco unidades já existentes, dos 61 milhões de litros a serem produzidos por empresas em fase de regularização e pelos 24 projetos em construção ou em projeto.

PLANTIO ADIANTADO

O país é um dos maiores produtores de oleaginosas e as utiliza para áreas medicinais entre outros, como o tingimento de linho por meio do pinhão manso.

Produtores da Serra Geral resolveram plantar menos mamona neste primeiro momento, por acreditarem que o pinhão manso pode ter uma rentabilidade mais favorável. Com clima, solo e pesquisas caminhando a favor do crescimento e do desenvolvimento sustentável,  produtores do Norte de Minas querem ganhar com a vinda da usina de biodiesel.

Na Serra, a previsão era a de plantar 10 mil hectares de mamona, mas isso aconteceu em pequena escala há uns dois anos. Esses hectares são parte de uma parceria fechada entre produtores, Epamig- Empresa de pesquisa agropecuária de Minas Gerais e a Ecodiesel, na qual previa que a produção fosse encaminhada para a usina de esmagamento a ser implantada na micro-região de Janaúba.

Conforme o chefe da Epamig, Marco Antônio Viana Leite, esse eventual problema pode não ser de todo ruim já que os produtores querem plantar ao invés de mamona, o pinhão manso que oferece menos custo de produção e maior rentabilidade.

- Acredito que o produtor está mais cauteloso mesmo sabendo da importância de ter fechado essa parceria com a Epamig e a Ecodiesel que intenciona tornar o Norte de Minas num grande produtor de biodiesel, já que as condições climáticas são favoráveis – diz.

Mesmo tendo plantado em pequena escala, os produtores começaram a trabalhar com a mamona no dia primeiro de dezembro do ano passado.

Marco Antônio afirma que a Ecodiesel, empresa que atua em outros estados do Brasil bem como no Nordeste, onde tem firmado cerca de 15 mil contratos com produtores rurais quer que o processo de plantio da mamona se agilize o quanto antes.

USINAS DE BIODIESEL

O governo federal já havia informado que é a meta é instalar nos próximos dez anos uma média de 75 usinas de biodiesel no país. Montes Claros é sede de uma usina de esmagamento quando outros municípios da região sediarão mais três outras usinas de esmagamento das sementes das oleaginosas, aqui a mamona e o pinhão manso.

As pesquisas da Epamig mostram que é possível tornar o Norte de Minas um grande produtor de mamona e pinhão manso. A segunda oleaginosa tem sido alvo de discussões por apresentar inúmeras utilidades como a de além de seu óleo ser de ótima qualidade para produção do biocombustivel, pode também servir para tingir o linho entre outras funções. Outras regiões do Brasil podem adotar a cultura do pinhão por apresentar menos trabalho no manuseio e setor financeiro na visão de alguns produtores e pesquisadores

PETROVASF

As áreas de plantio de mamona no Norte de Minas estão sendo ampliadas para atender à demanda por biodiesel, um mercado em expansão em todo o mundo e que tem potencial para trazer importantes benefícios à região: geração de renda no meio rural, redução da emissão de gás carbônico e fortalecimento da economia local. Diante desse cenário, a Petrovasf - Petróleo Verde do Vale do São Francisco, esmagadora de óleo de mamona instalada em Itacarambi, em parceria com o governo do estado, vem incrementando o plantio de mamona junto aos pequenos produtores do Norte de Minas.

EPAMIG E PINHÃO MANSO

Conforme a Epamig, a matriz energética aprovada por suas pesquisas é o pinhão manso por apresentar maior viabilidade econômica para a região.As instituições bancárias agora já têm segurança para liberar o crédito para os produtores que optarem por plantar pinhão-manso.

Há algum tempo no Norte de Minas há produtores estocando sementes de pinhão manso e comercializando o quilo a pelo menos R$ 50. O assunto tornou-se interessante a toda cadeia produtiva que quer entender como funcionará a plantação integrada com pequenos produtores e as regalias que o governo federal concederá a quem comprar o produto na mão dos mesmos. A adição de 2% do biocombustível ao diesel comum já está valendo no Brasil, mas os preços do biodiesel ainda estão altos, conforme as empresas que já fazem uso do combustível renovável em suas frotas.

O pinhão manso, na visão de pesquisadores, é a fonte energética que daria melhor retorno aos produtores, mas apesar de ser uma planta que sobrevive em média uns 50 anos, tem o fator tempo de produção, que é demorado.

A Epamig acredita, conforme afirma marco Antônio, que a produção de pinhão manso é economicamente mais viável do que a mamona, tendo em vista os preços da cotação do litro da oleaginosa.

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