JOANESBURGO - Resignada, a África do Sul aguardava nesta quarta-feira à noite a iminente morte de seu ex-presidente Nelson Mandela, enquanto o chefe de Estado Jacob Zuma cancelou uma viagem prevista para quinta a Moçambique.

O presidente Jacob Zuma anunciou o cancelamento de sua viagem depois de ter visitado à noite seu ilustre antecessor no hospital.

O herói da luta contra o apartheid "continua em estado crítico", segundo um comunicado da Presidência.

"O presidente Zuma foi informado da situação pelos médicos que fazem todo possível para garantir seu bem-estar", acrescenta o texto.

O estado de saúde de Nelson Mandela se agravou durante o final de semana. Ele foi hospitalizado com urgência no dia 8 de junho depois de uma recorrência da infecção pulmonar que o atormenta há dois anos e meio.

O prêmio Nobel da Paz 1993 respira com a ajuda de aparelhos, indicou à AFP Napilisi Mandela, um chefe de clã que veio da região natal de Mandela, Transkei (sul), depois de ter visitado na quarta o herói da luta contra o regime segregacionista.

"Sim, ele precisa de aparelhos para respirar", disse Napilisi. "É triste, mas é tudo o que pode ser feito."

Resumindo o sentimento geral, o jornal popular Daily Sun apresentava como manchete "A luta final".

Perto de um memorial improvisado em um muro do Mediclinic Heart Hospital de Pretória, Franz, acompanhado de seu filho, afirma: "É triste, mas não há nada que possamos fazer, além de desejar que fique em paz."

"Que tua bênção esteja sobre Madiba agora e sempre. Dê a ele, nós te pedimos, uma noite calma e um fim bom e perfeito", rezou o reverendo Thabo Makgoba, arcebispo anglicano da Cidade do Cabo.