Mansões à venda em BH chegam a custar até R$ 13 milhões

Tatiana Moraes - Hoje em Dia
Publicado em 15/01/2015 às 08:55.Atualizado em 18/11/2021 às 05:40.
 (Frederico Haikal / Hoje em Dia)
(Frederico Haikal / Hoje em Dia)

Luxo, glamour, tradição e espaço. Quem procura por essas quatro qualidades em um imóvel, e possui dinheiro no bolso, pode escolher entre uma das seis mansões que estão à venda em Belo Horizonte. Localizadas nas regiões mais nobres da capital, os casarões custam entre R$ 9,5 milhões e R$ 13 milhões, somando R$ 73,8 milhões. Fechar os negócios, como se é de imaginar, não é nada simples.

De acordo com a gerente da Alto Luxo Negócios Imobiliários, Vanessa Villela, cliente na cidade com cacife para comprar os imóveis não faltam. A dificuldade, no entanto, é entrosar o gosto do comprador com o do vendedor. “As mansões são, sempre, muito pessoais. As pessoas que as construíram utilizaram peças, materiais e detalhes altamente personalizados, que nem sempre agradam a todos”, afirma.

Como consequência, o conselheiro da Câmara do Mercado Imobiliário e o Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG) e diretor da Caixa Imobiliária Netimóveis, Kênio de Souza Pereira, afirma que os imóveis podem ficar anos à espera do comprador perfeito.

Mansões à venda em BH chegam a custar até R$ 13 milhões

Além de as mansões serem bastante personalizadas, o conselheiro do CMI/Secovi-MG comenta que muitos dos casarões de BH precisam de reforma. E não é nada barato, ou rápido, reformar um imóvel de mais de mil metros de área construída, erguido na década de 70. Como reflexo, muitos clientes desistem da compra.

A formatação atual da família brasileira também é levada em consideração por Kênio Pereira. Atualmente, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a média de filhos de mulheres da região Sudeste do Brasil é de 1,8. “As casas têm cerca de dez banheiros. Para uma família com dois filhos não é tão interessante”, comenta.

O diretor Comercial da BH Brokers Consultoria Imobiliária, Thiago Brito, garante que o mercado de mansões é estável e não atravessa crises. “Esse tipo de público está sempre vendendo ou comprando imóveis. Ou porque a família cresceu ou porque os filhos casaram e saíram de casa. Vendem para investir em outro imóvel”, comenta.

 

Tratamento personalizado e muito rigor com a segurança

O atendimento aos possíveis compradores das mansões belo-horizontinas são para lá de personalizados. Com muito dinheiro e pouco tempo disponível, os corretores têm que ser objetivos, mas não podem ser frios. Prezar pela segurança do proprietário dos imóveis, que normalmente ainda não se mudou, é outra preocupação de quem trabalha na área, de acordo com o diretor Comercial da BH Brokers Consultoria Imobiliária, Thiago Brito.

Ele explica que para as casas mais caras e, consequentemente, mais cheias de detalhes, é comum que a empresa imobiliária deixe um corretor experiente à disposição do cliente. As visitas, no entanto, somente são realizadas após um amplo cadastro do interessado.

Brito relata que já passou por situações que poderiam deixá-lo em maus lençóis, se não fossem os anos de mercado. “Uma vez um comprador de fora se interessou por uma casa de R$ 7 milhões. As conversas aconteciam sempre por e-mail ou telefone. Quando ele decidiu visitar o imóvel, fiz o cadastro completo e pesquisei antes de levá-lo ao casarão, que ficava fora de Belo Horizonte. Descobri que se tratava de um estelionatário e desisti da venda. Não arrisco”, diz.

A gerente da Alto Luxo Negócios Imobiliários, Vanessa Villela, também é minuciosa na hora de levar um cliente ao imóvel. Além do cadastro, que envolve até nome de parentes, ela faz questão de buscar o interessado em casa. “Assim, tenho melhores referências, além de tratá-lo melhor”, comenta. “E dispenso curiosos, que são muitos”, completa.

No entanto, ela admite que alguns compradores só aparecem na hora de fechar contrato. Antes, eles enviam secretários e representantes. “Principalmente quando são artistas, políticos, ou pessoas conhecidas da mídia”, afirma.

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