Margareth Thatcher: uma mulher de muita fibra

Hoje em Dia
09/04/2013 às 06:15.
Atualizado em 21/11/2021 às 02:39

Margareth Thatcher foi uma das mulheres mais importantes do mundo. Única a ser eleita primeira-ministra da Grã Bretanha, ela permaneceu no cargo por 11 anos, o mais longo período de um premiê britânico desde 1827. Caiu em 1990, depois que sua firme defesa do imposto cobrado por pessoa – e não por imóvel possuído – levou multidões a protestar na Praça Trafalgar, em Londres. Seu partido, o Conservador, tirou-lhe apoio e ela, depois de sair-se mal no primeiro turno das eleições, desistiu de disputar o segundo.

Tornou-se famosa no começo da década de 1970. Margareth foi nomeada ministra da Educação e aboliu o leite gratuito para crianças de sete a 11 anos nas escolas públicas, ganhando o primeiro apelido: “Ladra de leite”. Em 1975 assumiu a liderança do Partido Conservador. No governo, promoveu reformas em favor do livre mercado e fez a privatização de estatais. Lutou contra os sindicatos, tendo enfrentado, durante um ano, uma dramática greve promovida pelo Sindicato Nacional dos Mineiros. Sua política econômica ganhou força com a descoberta de petróleo no Mar do Norte. Pôde então implementar reformas que, mais tarde, tiveram seguidores em vários países, inclusive o Brasil, na década de 1990.

No auge de seu governo, ela se orgulhava de outro apelido: “Dama de Ferro”. Mas só ganhou o título de baronesa depois que deixou o poder. Enquanto governou, foi aliada importante do presidente norte-americano Ronald Reagan, na Guerra Fria que terminou com o fim da União Soviética. Ela dizia que com o primeiro-ministro Michail Gorbachev era capaz de fazer negócio. O parceiro é tido como responsável pelo fim do regime comunista na Rússia.

Margareth Thatcher ganhou dinheiro, depois de deixar o poder, principalmente com as palestras em defesa de suas ideias conservadoras, com ênfase no livre mercado. Tão conservadora era essa mulher, que ela simpatizava com o apartheid na África do Sul e chamava Nelson Mandela de terrorista. Na época, ela dava duro combate ao IRA, o movimento de independência da Irlanda, que chegou a planejar seu assassinato em 1984. Para propagar suas ideias, Margareth criou a Fundação Thatcher, além de escrever sua autobiografia em dois volumes, obtendo grande vendagem.

Estava afastada da vida pública desde 2002, após sofrer pequenos acidentes vasculares cerebrais. Acabou morrendo na manhã de segunda-feira (8), aos 87 anos, de um AVC. Sofria de demência senil, e não viu a atual crise do mercado.
 

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