Marinalva Pedrosa: a vez da Capuchinha

Marinalva Pedrosa - Especial Força do Campo
30/09/2015 às 11:23.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:54
 (Reprodução)

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A procura e o interesse do consumidor por novidades na alimentação aumentam a cada dia, o que, consequentemente, influencia o mercado das hortaliças destinadas ao consumo in natura. Tal tendência deve-se ao fato de a população agora voltar seu olhar para alimentos que promovam uma melhor qualidade de vida e benefícios à saúde. Dentre esses alimentos de grande potencial nutricional, destacam-se as hortaliças não convencionais.

Uma delas é a Capuchinha (Tropaeolum majus L.), que ocorre em todo o Brasil. De fácil cultivo, a espécie alastra-se espontaneamente, adapta-se a todos os tipos de clima e floresce durante quase todo o ano, desenvolvendo-se melhor quando o plantio é feito em épocas quentes – razão pela qual se destaca ainda mais no clima que temos vivenciado nos últimos meses - e em solos ricos em matéria orgânica. Ela apresenta crescimento rápido e hábito trepador, sendo recomendada como planta companheira para cultivo com outras espécies por atrair lepidópteros (insetos como a borboleta), repelir pulgões e besouros e melhorar o crescimento de outras plantas.

Apesar da facilidade de propagação, de cultivo e da diversidade de uso, a Capuchinha ainda é pouco conhecida, principalmente como hortaliça. Visando resgatar as chamadas hortaliças não convencionais, a Epamig com apoio de parceiros tem realizado e participado de trabalhos de divulgação e esclarecimentos aos consumidores e produtores. Uma destas ações é o ‘Festival da Primavera,’ que acontece durante toda a estação, em Sete Lagoas. Em sua primeira edição, o festival destaca a Capuchinha como flor comestível. Com ações organizadas pela Prefeitura de Sete Lagoas com apoio da Epamig e diversos parceiros, a proposta é divulgar e incentivar cultivo e consumo da Capuchinha com a distribuição de mudas e cartilhas.

Amplamente utilizada como planta medicinal, tem diversas propriedades curativas. As folhas apresentam grande quantidade de vitamina C, sendo capazes de aliviar sintomas de resfriados. Também aproveitada como planta ornamental e na apicultura comercial, a Capuchinha é uma boa alternativa para produtores de hortaliças que buscam diversificar a produção ou o cultivo de plantas medicinais e flores comestíveis.

A Capuchinha tem toda a parte aérea comestível, incluindo caule, folhas, flores, botões florais e frutos verdes. As folhas e flores possuem sabor acre e picante, com alto valor nutritivo, podendo ser servidas ao natural ou enfeitando saladas. Além de ornamentar, conferem sabor refrescante quando combinadas com legumes, frutas, azedinha e alface. As flores são ainda fonte de luteína, que está relacionada à prevenção de doenças como catarata e degeneração macular.

Em parceria com diversas instituições, a Epamig criou bancos ativos de hortaliças não convencionais para manutenção dessas espécies, além de apresentar palestras, dias de campo e distribuição de materiais técnicos e didáticos a associações e instituições interessadas. No www.epamig.br podem ser baixados cartilhas e boletins técnicos sobre essa e outras hortaliças não convencionais.

A Capuchinha é uma boa alternativa para produtores de hortaliças que buscam diversificar a produção e também para aqueles interessados no cultivo de plantas medicinais e flores comestíveis

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