A Marinha dos EUA começou a investigar neste domingo um possível ataque de mísseis do Iêmen a um grupo de navios de guerra americanos localizados no Mar Vermelho. O ataque teria ocorrido durante a noite de sábado.
O Mar Vermelho e o estreito estratégico de Bab el-Mandeb, região crucial para a navegação internacional e para o escoamento de petróleo, têm sido palco do que os Estados Unidos descrevem como sendo ao menos dois ataques de mísseis a partir do território controlado pelos rebeldes no Iêmen. As forças americanas dispararam de volta uma vez, destruindo posições de radar móvel nos primeiros tiros disparados.
No último incidente, um grupo de navios de guerra americanos localizados no Mar Vermelho na noite deste sábado observou "indícios de uma eventual ameaça de mísseis e implementou medidas defensivas apropriadas", disse a porta-voz do Comando Central da Marinha norte-americana, Paula Dunn. Ela declarou, em um comunicado, que todos os navios e marinheiros estavam a salvo, mas não deu mais detalhes. Um oficial da Defesa americana disse que um dos navios viu no radar o que marinheiros acreditam ser mísseis sendo disparados para fora do Iêmen.
Rebeldes xiitas do Iêmen, conhecidos como houthis, e seus aliados não comentaram de imediato sobre o incidente. Anteriormente, a agência de notícias SABA, controlada pelos houthis, divulgou matérias negando que rebeldes tenham disparado contra navios de guerra americanos.
O oficial superior da Marinha John Richardson disse mais cedo no sábado que uma das embarcações norte-americanas parecia estar "sob ataque". De acordo com a Marinha dos EUA, esse navio já teria sido alvo duas vezes de disparos de mísseis a partir do Iêmen.
Anteriormente, uma embarcação dos Emirados Árabes já ficou sob ameaça perto da mesma área em que o navio norte-americano teria sido atacado. Os Emirados Árabes Unidos disseram na ocasião que transportavam ajuda humanitária e uma equipe de civis, enquanto o houthis consideraram um navio de guerra.
O Iêmen tem estado em guerra desde setembro de 2014, quando o houthis tomaram a capital, Sanaa. Uma coalizão saudita liderada por nações árabes sunitas lançou uma campanha contra os houthis março 2015.
A guerra do Iêmen tem sido ofuscada pelo conflito contra o grupo Estado Islâmico no resto do Médio Oriente, embora grupos de direitos humanos tenham aumentado as críticas aos ataques aéreos liderado pelos sauditas nos últimos meses por matar civis. Grupos da ONU e dos direitos humanos estimam que o conflito já matou 9 mil pessoas e deslocou cerca de 3 milhões.
Os EUA têm fornecido apoio logístico e de inteligência para a coalizão saudita que luta no Iêmen, mas começaram a retirar seu apoio nas últimas semanas, por conta das vítimas civis da campanha aérea.