Em aliança que pode consolidar a terceira via para disputar o Palácio da Liberdade, fazendo frente à polarização entre tucanos e petistas no Estado, MDB e PSB deverão se unir em uma única candidatura ao governo de Minas. A convergência das legendas é dada como praticamente certa, mas depende de um acordo com o atual governador Fernando Pimentel (PT), candidato à reeleição, visando garantir um pacto de apoio com os petistas, em eventual segundo turno em outubro.

O deputado federal Saraiva Felipe (MDB), presidente da Comissão Provisória do partido em Minas Gerais, confirmou que encontrou o ex-prefeito Marcio Lacerda na última segunda-feira para costurar o acordo com o PSB. “Não fechamos nada ainda. Em princípio, como terceira via, é interessante para o MDB a composição com o PSB para dar outra opção a Minas. Mas vamos falar com o governador também”, disse Saraiva. 

O encontro entre caciques do MDB e Pimentel acontece hoje ou amanhã. “Queremos um pacto com o PT porque, em um segundo turno, poderemos contar com apoio deles ou apoiá-los. Pensamos adiante, completou Saraiva.

A ideia é que Lacerda concorra a governador e o MDB possa indicar um nome para vice. Neste caso, o ex-prefeito de Belo Horizonte abriria mão de um convite do PDT para concorrer como vice do presidenciável Ciro Gomes. 

Entre os mais cotados para compor uma chapa com Lacerda estão o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), Adalclever Lopes (MDB), que se lançou como pré-candidato ao governo de Minas, e os deputados federais emedebistas Fábio Ramalho e Leonardo Quintão. 

Procurado, Ramalho confirmou o acordo com o PSB, mas disse que não é cotado para vice. “O acordo foi consumado, é a notícia que temos. Mas não participei de nenhuma reunião e meu nome não está envolvido”, disse. Adalclever e Quintão também foram procurados para comentar a aliança, mas não quiseram falar sobre o possível acordo.

Se consumada, a aliança entre MDB e PSB acontecerá menos de uma semana após os emedebistas decidirem apoiar a pré-candidatura de Adalclever Lopes ao governo do Estado. Questionado, Saraiva Felipe, responsável pelo anúncio da pré-candidatura própria do partido, se limitou a dizer que “na política, as coisas podem mudar”.

Nesta semana, Lacerda abriu mão de compromissos de viagem relacionados à pré-campanha para tratar especificamente de alianças em torno de sua pré-candidatura ao governo de Minas Gerais. 

A assessoria de imprensa do pessebista informou que “há conversas permanentes com o MDB, presencialmente e por telefone, assim como com outros partidos”, mas negou que o acordo entre PSB e MDB estivesse sacramentado. A expectativa de caciques de ambos os partidos é que o anúncio da aliança seja feito antes das convenções de PSB e MDB, marcadas para acontecer, respectivamente em 4 e 5 de agosto — os dois últimos dias do prazo estipulado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Após manifestar o apoio à candidatura de Marcio Lacerda, o PDT mineiro indicou, ontem, em reunião da executiva estadual, o nome do deputado estadual Fábio Cherem (PDT) para vice de Lacerda. A indicação faz parte dos trâmites formais de apoio entre os dois partidos, mas não é uma decisão oficial, segundo a assessoria de imprensa de Lacerda. 

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