Mercado reage com volatilidade à reviravolta

Tatiana Moraes - Hoje em Dia
Hoje em Dia - Belo Horizonte
10/05/2016 às 06:00.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:22

( )

O redemoinho político no qual o Brasil imergiu nos últimos meses levou, a reboque, a economia do país. Ontem, quando o presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP), decidiu anular as votações que culminaram no impeachment da presidente Dilma Rousseff, o cenário ficou mais volátil. O dólar, que chegou a bater R$ 3,60 no dia, fechou em R$ 3,52. Já a Bovespa, que chegou a operar em baixa de quase 3,5%, encerrou o dia em queda de 1,41%, aos 50.990 pontos. O fato de o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), desconsiderar a deliberação de Maranhão, acalmou os ânimos do mercado. 

“Esse grau de incerteza política faz com que o investidor vá para outros mercados. Quem tem interesse em investir em uma empresa brasileira, por exemplo, não faz aportes agora. Não é o momento”, afirma o coordenador do curso de Ciências Econômicas do Ibmec, Márcio Salvato. 

O especialista ressalta que o investidor analisa o país para um cenário de longo prazo. Se os indicadores daquele ambiente indicam que as empresas serão bem sucedidas e as ações irão valorizar, ele investe. Caso contrário, o efeito é reverso. Em momentos de desacerto econômico, é comum que os investidores se desfaçam dos papéis menos rentáveis. 

Na prática

O anúncio inesperado do presidente interino da Câmara fez disparar alertas de venda em todo o mercado. A ação preferencia[/TEXTO]l (PN), ou seja, sem direito a voto, da Petrobras, estatal petrolífera, foi a mais negociada da Bovespa, ao preço de R$ 9,48, queda de 5,95% no dia. A PN da mineradora Vale bateu em R$ 12,35, com retração de 8,65%, ocupando o segundo lugar.

Entre as maiores baixas na Bovespa, siderúrgicas e mineradoras se destacaram. As ações ON (com direito a voto) da CSN registraram a queda mais forte do dia, com recuo de 10,05%, fechando a R$ 10,02. Os papéis ON da Vale caíram 9,77%, encerrando a R$ 15,23. Vale ressaltar que a visão pessimista de uma autoridade chinesa sobre a economia do país asiático, balizador dos setores de mineração e siderurgia no mundo, também teve impacto direto na Bovespa.

O vice-presidente do Conselho Regional de Economia de Minas Gerais (Corecon-MG), Pedro Paulo Pettersen, afirma que o investidor internacional, principalmente, tem enxergado o Brasil com certo receio. 

“A imprensa internacional está estarrecida, esta é a palavra, com o que tem acontecido no país. Tudo o que vivenciamos agora é reflexo da forma como o processo eleitoral foi questionado”, ressalta. 

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por