Mesmo com fim do prazo para vacinação, ainda é possível imunizar o rebanho contra a aftosa

Jornal O Norte
02/04/2008 às 11:23.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:29

Valéria Esteves


Repórter

Manter o estado de Minas Gerais como zona livre da febre aftosa. Esse é o objetivo do governo do estado com a campanha de vacinação em combate à aftosa. Nos últimos anos cerca de 95% dos criadores vacinaram seu rebanho, conforme o IMA- Instituto Mineiro de Agropecuária. Mas quem ainda não apresentou ao IMA o comprovante de vacinação tem até o próximo dia 10 para o fazer. Caso isso não aconteça, o produtor pode pagar uma multa equivalente a R$ 26 e ainda não ter mãos a GTA- Guia de Trânsito Animal documento necessário na hora de comercializar o produto.




Enquanto se mantém Minas longe da aftosa, os frigoríficos instalados no Estado comemoram a retomada das exportações ao tão exigente mercado, a União Européia



(foto: WILSON MEDEIROS)

A primeira etapa da Campanha Nacional de Vacinação Contra Febre Aftosa em Minas Gerais (Circuito Pecuário Leste) terminou na verdade nesta segunda-feira. A partir desta data, os pecuaristas têm até 10 de abril para comprovarem a imunização dos seus rebanhos junto às unidades do IMA de seus municípios. Após a data, quando termina o período legal para a entrega da Declaração de Vacinação, as equipes de técnicos da autarquia irão realizar uma operação “pente-fino” para fiscalizar todas as propriedades inadimplentes, conforme a secretaria de estado da Agricultura. De acordo com o diretor-geral do IMA, Altino Rodrigues Neto, o produtor que não executar o procedimento será multado em R$ 26 por animal não vacinado e seu rebanho terá vacinação assistida pelos técnicos oficiais do governo do Estado. As despesas com a aplicação da vacina e com o acompanhamento técnico ficarão por conta do produtor. A comprovação da vacinação é um dos requisitos exigidos para o IMA emitir a GTA, o que proporciona ao produtor o direito d


e comercializar os animais de sua propriedade e circular livremente pelo Estado.

De acordo com o Ima- Instituto Mineiro de Agropecuária, o trabalho de erradicação da febre aftosa na América do Sul, especialmente naqueles países que tem fronteira com o Brasil, é tarefa indispensável para acabar com a ocorrência da doença no território nacional.

Em Minas, a secretaria de estado da Agricultura, por meio do Ima, vem executando desde o ano passado novas ações para evitar a contaminação do rebanho pelo vírus da febre aftosa. No pacote de medidas adotadas, estão a criação do serviço para denunciar os produtores que não estejam vacinando seus animais, o reajuste das multas para os produtores que não cumprirem a determinação de vacinar, o aumento do número de exames sorológicos para confirmar a ausência do vírus da doença em território mineiro e a identificação da carne vendida no estado, além de uma melhor distribuição das barreiras sanitárias fixas e móveis com os estados vizinhos. Desde novembro de 2005 está funcionando o programa Ligue Minas Aftosa (número 0800-9402000) que recebe as denúncias sobre a falta de vacinação, de vacinas em alguns municípios do estado, além de tirar dúvidas.

CARNES DE MINAS NA EUROPA

Vale lembrar que no Norte de Minas há cinco fazendas aptas a exportar, sendo duas em Jaíba, duas em Francisco Sá e uma em Joaquim Felício. Todas, conforme o governo de Minas, estão cadastradas no Sisbov -Serviço de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos, contanto que, concentra-se em Minas 82% das fazendas que estão na lista aprovada pelos europeus. A União Européia aprovou a 97 fazendas brasileiras a voltar a exportar carne para seu continente.

- Esta primeira venda feita por Minas Gerais é fundamental para que o país mantenha abertas as portas do mercado europeu, explicou na última semana, o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, Gilman Viana Rodrigues.

Na última sexta-feira, Minas era o primeiro estado a exportar carne para a União Euro-

Nesta semana o frigorífico Mataboi, Araguari,no Triângulo Mineiro também informou que retomou as exportações de carne com a UE. O abate do primeiro lote de animais, após as restrições impostas pelo bloco este ano, será feito na próxima segunda-feira, 7 de abril.

VOLTA ÀS EXPORTAÇÕES

O primeiro frigorífico do Estado a retomar as exportações foi o Independência, no Norte de Minas. Na última quarta-feira, foram abatidos 429 animais. Todas as cabeças pertenciam a fazendas mineiras aprovadas pela União Européia, localizadas em Joaquim Felício, Jaíba e Francisco Sá. A carne será embarcada nesta semana, pelo porto de Santos, para a Holanda.

No último sábado, outros dois frigoríficos fizeram abates com o objetivo de exportar para a UE. O frigorífico Frisa, localizado em Nanuque, no Vale do Mucuri, abateu 629 animais de fazendas mineiras localizadas em Ataléia e Jequitinhonha. No próximo sábado, serão abatidos mais 391 animais de propriedades do Estado localizadas em Jequitinhonha e Pavão. O grupo tem clientes na Itália, Espanha, Finlândia e Inglaterra.

Já o frigorífico Bertin, localizado em Ituiutaba, no Triângulo Mineiro, abateu 1200 animais no último sábado e irá fazer um novo abate, de 600 animais, no próximo final de semana. Todos os animais também foram adquiridos das fazendas de Minas. A produção de 200 toneladas de carne seguirá para a Itália. Segundo o frigorífico, a redução das exportações para a UE não diminuiu a produção da unidade, que redirecionou a venda de carne para outros mercados.

O outro frigorífico instalado em Minas e habilitado a exportar para a União Européia é o JBS-Friboi, com unidades em Iturama e Teófilo Otoni. A empresa ainda não anunciou a retomada das vendas para a UE.

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