Os metroviários de São Paulo decidiram na noite desta quarta-feira (4) parar as atividades por tempo indeterminado a partir da 0h desta quinta (5). A categoria rejeitou a proposta de 8,7% feita nesta tarde pelo Metrô -a proposta anterior era de 7,8%. Com isso, todas as linhas devem ser afetadas, com exceção da 4-amarela, que é privatizada.
Após reunião no TRT (Tribunal Regional do Trabalho), o presidente do sindicato dos metroviários, Altino de Melo Prazeres Junior, já tinha dito que os metroviários não aceitariam o reajuste oferecido. A última proposta feita pelos metroviários era de 16,5%, mas hoje eles disseram que recuariam desde que o índice chegasse a mais de 10%.
O Metrô ainda tentou um acordo concedendo aumento nos benefícios, como no vale refeição e vale alimentação. Juntos, os reajustes resultariam em aumentos de 10,6% a 13,3%, dependendo do cargo, nos rendimentos finais dos metroviários. Para Luiz Antonio Carvalho Pacheco, presidente do Metrô, foi uma "proposta bastante substantiva", mas também foi recusada.
Pacheco disse que a possibilidade de greve é preocupante, mas reconheceu que a companhia não tem condições financeiras de conceder mais aumento. "Não temos como pagar, simplesmente a tarifa está congelada há dois anos. Estamos fazendo um esforço de prestar um serviço com essa tarifa, nós não termos de onde tirar".
Prazeres Junior rebateu a declaração e disse que "se tiver greve, na nossa opinião a responsabilidade é do governo do Estado. Tem sim condições de pagar, tem dinheiro em caixa", disse.
Pacheco disse ter "expectativa positiva" que a categoria decida não entrar em greve. "O Metrô tem um plano de contingência e vamos tentar fazer o possível, na iminência de uma greve, de deixar o sistema operando. Mas ainda confiamos que o sindicato hoje, na sua assembleia, possa refletir bem sobre nossa proposta, sobre os transtornos que trará para toda a cidade de São Paulo, ainda mais próximo de um período de Copa."