Minas Gerais perdeu três posições no ranking de competitividade dos estados brasileiros, caindo da 3ª para a 6ª posição entre 2012 e 2013. O diagnóstico foi divulgado nessa segunda-feira (28) pelo Centro de Liderança Pública (CLP), organização sem fins lucrativos dedicada ao desenvolvimento de líderes públicos, em parceria com a Economist Intelligence Unit (EIU), unidade de pesquisas da revista The Economist.
Entre as causas da queda constam no relatório o recuo nos preços de commodities, especialmente minério de ferro, e enfraquecimento do consumo por parte dos mineiros.
“Minas foi afetada principalmente pela queda do preço do minério e também sofreu impacto forte na indústria manufaturada. Enquanto estados como o Paraná foram bem em função da agroindústria, com grande volume de embarques de soja, Minas exporta mais café, que também vem perdendo valor”, afirmou o diretor-presidente do CLP, Luiz Felipe D’ávila.
No ranking, os pesquisadores geraram uma nota de 0 a 100 para cada Estado. Foram analisados 26 itens em 8 eixos: ambiente político, ambiente econômico, regime de impostos e regulação, política em relação ao investimento estrangeiro, recursos humanos, infraestrutura, inovação e sustentabilidade.
Na classificação geral, Minas ficou com nota 60,2, pontuação 3,1% inferior em relação ao último levantamento.
Apesar da retração, o Estado continua no grupo dos seis que apresentam ambiente adequado para quem pretende atuar no setor produtivo, atrás de São Paulo e Rio de Janeiro, firmes na liderança, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, que ultrapassaram Minas.
A pior performance de Minas apareceu no item ambiente econômico, com o 11º lugar.
“Aí entra a queda do poder de compra. No Brasil, o consumo no varejo cresceu 4,3%, enquanto no Estado avançou somente 0,9%. E isso é resultado das atividades que encolheram, como agroindústria e mineração”, disse D’ávila.
No quesito infraestrutura, a nota também foi ruim, com Minas na 10ª colocação entre os 27 entes federativos. “Mas aí é um problema geral do Brasil, com portos, aeroportos e estradas de péssimas qualidade, o que afugenta investidores”, afirmou o diretor do CLP.
Alto do pódio
Minas, no entanto, ficou com o lugar mais alto do pódio no item atração de investimentos estrangeiros. “O governo tem feito um trabalho excelente para promover Minas no exterior, pois sabe que, diante da conjuntura econômica, é preciso atrair capital de fora. Na verdade, a colocação geral do Estado é mais decorrente do mercado, e não da gestão pública”, avaliou.
Ainda de acordo com D’ávila, a alta carga tributária, a instabilidade em função de marcos regulatórios, como aconteceu recentemente no setor elétrico, e a mão de obra cara e desqualificada prejudicam a competitividade brasileira. “Os gastos correntes dos Estados têm aumentado e sobra pouco para investir. O Brasil precisa melhorar para ser mais competitivo”, afirmou.