Minas Gerais quer reforçar produção de mandioca

Jornal O Norte
22/04/2008 às 10:27.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:30

A safra de mandioca prevista para Minas Gerais, neste ano, é da ordem de 900 mil toneladas, sendo a região Norte responsável pela produção de 255,8 mil toneladas, com destaque para a atuação do município de Januária. A cultura da raiz é forte também nos municípios de João Pinheiro, no Noroeste, Turvolândia, no Sul, e Patos de Minas, no Alto Paranaíba, que respondem por 81,4 mil toneladas anuais, informa a superintendência de Política e Economia Agrícola da secretaria da Agricultura, com base em levantamento do IBGE- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. As informações são da agência minas.

O rendimento da cultura da mandioca, no Estado, é de 15,3 mil quilos por hectare, em média. Para dar suporte à atividade, buscando inclusive a melhoria da produtividade, a Emater-MG, vinculada à Seapa- secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, presta assistência técnica e apóia a organização dos produtores. Segundo o coordenador regional da Emater em Almenara, Oswaldo Rezende Monteiro, no município e região é de fundamental importância a organização da produção.

- Deve-se evitar um grande excedente de produção, porque neste caso haveria desequilíbrio de mercado. O mercado de farinha de mandioca no município é firme, sempre com boa cotação, sendo o preço compensador para os agricultores.

De acordo com o coordenador, a farinha de mandioca é um alimento tradicional na região Norte e, por isso, bastante valorizada. O produto é vendido geralmente com todos os seus componentes. Em outras partes do Estado, retiram-se, antes, a fécula e o amido, para atender às indústrias de alimentos e outras.

No Oeste de Minas, a produção de mandioca é a principal atividade dos agricultores em diversos municípios, informa o coordenador técnico da Emater de Divinópolis, Luiz Fernando Ferreira.

- Há fábricas de processamento que facilitam a absorção da safra. Essas fábricas trabalham, em sua maioria, com a produção de polvilho. Uma dessas unidades é a fábrica Padre Trindade, no município de Formiga, que sempre faz grandes aquisições de mandioca.

MERCADO INTERNACIONAL

A produção de mandioca em Minas Gerais destina-se também ao mercado internacional. O Estado tem potencial para aumentar principalmente as exportações de farinha e pode explorar o mercado internacional com outros derivados, como o amido da mandioca. Para Luiz Fernando Ferreira, a conquista do mercado internacional compensaria investimentos em pesquisa e destinados à recuperação de plantios. O coordenador técnico acrescenta que os produtores terão melhores resultados se organizarem a produção, porque é fundamental oferecer matéria-prima de qualidade.

- Aqueles que escolherem a exportação deverão direcionar o cultivo para a mandioca destinada à indústria, que não pode ser confundida com a mandioca de mesa, assinala.

Há quatro empresas exportadoras em Minas Gerais, três com sede em Belo Horizonte e uma instalada em Uberaba, no Triângulo Mineiro, trabalhando com a comercialização de farinha de mandioca. Estão classificadas pela Central Exportaminas da secretaria de Desenvolvimento Econômico e Social no grupo que movimenta até mil dólares por ano cada uma. No período de janeiro e fevereiro de 2008, o crescimento das exportações foi de 26%, com movimento de US$ 3,4 mil, em comparação com a receita de US$ 2,7 mil obtida no mesmo período de 2007. As farinhas são comercializadas no grupo que conta também com sêmolas e outros derivados.

EXPORTAÇÃO

A exportadora Parasol, de Belo Horizonte, embarca para diversos países da Europa a farinha de mandioca e farofa. Os produtos são industrializados e empacotados por uma empresa também instalada na capital. Segundo André Selga Alvarino, sócio-gerente da Parasol, foram embarcadas 30 toneladas em 2007, através do Rio de Janeiro, e para este ano está previsto o aumento dos embarques em 15%. Ele acredita que o mercado será firme, porque houve um aumento das commodities em geral, apesar da queda do dólar.

De acordo com o superintendente de Política e Economia Agrícola da secretaria da Agricultura de Minas, João Ricardo Albanez, produtos como a mandioca e derivados fazem parte do grupo que responde por cerca de 5% das exportações do agronegócio estadual. A liderança continua com o café, carnes, madeiras e subprodutos. Albanez diz que existe uma expectativa de que os produtos com pequena participação atualmente possam aumentar seu peso na balança comercial.

- Temos uma diversidade muito grande e condições para produzir com a qualidade exigida pelo mercado internacional - afirma o superintendente.

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por