Minas só tem 7% do mercado interno de aviação

Tatiana Moraes, enviada especial *
tmoraes@hojeemdia.com.br
09/11/2016 às 09:26.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:35
 (Hélvio Romero/AE)

(Hélvio Romero/AE)

BRASÍLIA – Em Minas Gerais, uma passagem aérea foi emitida para cada três habitantes do Estado em 2015, atingindo índice de 0,31, resultado 40% menor do que a média brasileira (0,47). É o que revela o estudo Voar mais por Brasil, da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear). A publicação foi divulgada ontem, durante evento em Brasília. É a primeira vez que a associação regionaliza os dados.

Segundo explica o consultor técnico da Abear Maurício Emboaba, Minas Gerais possui perfil continental, com enormes contrastes de distribuição populacional e de renda. Como reflexo, há concentração de embarques nas áreas mais ricas.

De acordo com o levantamento, 93% dos cerca de 6,5 milhões de embarques domésticos realizados em 2015 tiveram como origem apenas duas áreas: a Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) e Uberlândia, no Triângulo Mineiro.

Ele ressalta que Ouro Preto e Itabira destacam-se economicamente em Minas e, como estão próximos à capital, contribuem positivamente para o índice. Na contramão, regiões como o Vale do Jequitinhonha não tem expressão quando o assunto são os voos.

Transporte de carga
Quando se trata de transporte de carga, os números do Estado são ainda menos expressivos do que o de passageiros. Enquanto a participação do embarque doméstico se aproxima de 7% do total nacional, a de carga aérea é inferior a 3% do Brasil.

Cada R$ 1 movimentado pelo setor da aviação em Minas Gerais é capaz de se transformar em R$ 15,3 no Estado. De acordo com a Abear, o efeito multiplicador do transporte aéreo em solo mineiro é de 12,75 vezes.

Como exemplo de movimentação no setor aéreo passível de ser multiplicado, o consultor técnico cita a redução dos impostos, como o ICMS.

“Quando o governo reduz o imposto estadual o preço da passagem diminui, aumentando a demanda pelos voos. Há, portanto, injeção de recursos no Estado por meio de outras frentes”, diz.

O governo reduziria a arrecadação do ICMS direto da aviação, mas recuperaria este valor por meio de outros recursos, conforme explica Emboaba.

A criação de espaços turísticos também fomenta o setor. A construção de um centro de convenções em Belo Horizonte poderia, aliás, incrementar o turismo de negócios e, consequentemente, injetar mais recursos na economia mineira.

Menor recuo
Após 14 meses consecutivos de queda na demanda de voos, registrada em setembro, a previsão para os próximos meses é de arrefecimento no ritmo da retração, segundo o presidente da Abear, Eduardo Sanovicz. “Acreditamos que a recuperação do setor virá após a alta temporada”, prevê.

Para este ano, porém, a estimativa ainda é de queda frente a 2015. O presidente projeta retração de 8%. O índice é melhor do que o previsto no início do ano, de 10%, mas é preocupante.

Conforme Sanovicz, significa que cerca de 7 milhões de passagens a menos serão emitidas. Em 2015, 96,7 milhões de bilhetes foram gerados.

* Repórter viajou a convite da Abear

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