Mais de 2,2 mil mulheres aguardavam por uma mamografia no Sistema Único de Saúde (SUS) em junho deste ano no território mineiro. São pacientes à espera do principal exame para detecção do câncer de mama. Quando realizado em tempo hábil, permite a detecção precoce de alterações mamárias, aumentando as chances de tratamento bem-sucedido e reduzindo a necessidade de intervenções invasivas.
Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (31) pelo Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR). Conforme o CBR, o tempo de espera por uma mamografia na rede pública pode ultrapassar 50 dias em Minas.
Santa Catarina é o estado com mais mulheres na fila de espera, cerca de 17 mil. Em seguida, aparecem São Paulo (15 mil) e Rio de Janeiro (12,5 mil). Juntos, os três estados somam 56% do total de pacientes no país. Veja a lista:
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Fila de espera por mamografias pode ser ainda mais longa
Em nota, a entidade alerta que a fila de espera por mamografias no SUS pode ser ainda mais longa do que o indicado oficialmente. “Isso porque o SISREG [Sistema de Regulação] do Ministério da Saúde, plataforma que deveria registrar em uma fila única as demandas por cirurgias eletivas no país, depende de dados fornecidos voluntariamente pelas secretarias de saúde estaduais e municipais.”
É citado o exemplo dessa discrepância no Distrito Federal. "O sistema nacional informa uma fila de espera de 306 pacientes aguardando pelo exame. No entanto, dados divulgados pela imprensa local, baseados no Mapa Social do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPTDF), apontam que o número real de mulheres à espera de uma mamografia é dez vezes maior, alcançando 3,6 mil”.
Para o CBR, a disparidade entre regiões e o tempo médio de espera também figuram como preocupações no contexto da realização de mamografias no Brasil. A entidade aponta “necessidade urgente de intervenções eficazes e de políticas públicas capazes de reduzir as filas e garantir acesso equitativo ao diagnóstico”.
Relatório recente publicado pelo Instituo Nacional de Câncer (INCA) sobre o controle do câncer de mama no Brasil aponta que longos períodos entre a solicitação do médico e a emissão do laudo podem dificultar a adesão da população ao rastreamento da doença. Em 2023, 48,8% das mamografias de rastreamento tiveram laudos liberados em até 30 dias após a solicitação do exame. Cerca de 36% dos laudos, entretanto, foram liberados com mais de 60 dias.
Estado compra mamógrafos e lança projeto de enfrentamento à doença
A SES-MG informou que investiu R$ 77 milhões para aquisição de mamógrafos em 62 instituições do Estado. Até julho deste ano foram realizadas 212.538 mamografias de rastreamento e 33.308 de diagnóstico.
O primeiro atendimento das mulheres ocorre na atenção primária à saúde, ou seja, nas Unidades Básicas (UBS). As pacientes são encaminhadas para a atenção de média complexidade para a realização da mamografia. Nas cidades sem o serviço, elas são encaminhadas para os polos microrregionais.
No último 18, foi lançado projeto "Saúde Aqui Tem Pressa - Cuidar na Hora Certa", que integra o programa estadual de enfrentamento ao câncer, que visa reduzir a morbimortalidade associada à doença, por meio de estratégias para a detecção precoce, o diagnóstico rápido e o tratamento adequado.
Conforme o Estado, recursos serão enviados aos municípios de origem para que as secretarias municipais façam a busca ativa e o transporte das pacientes. Ao todo, serão destinados cerca de R$ 24,4 milhões em recursos estaduais para o custeio anual das ações do "Saúde Aqui Tem Pressa: Cuidar na Hora Certa".
O Ministério da Saúde listou estratégias para acelerar e ampliar o acesso aos serviços em todo o país. Entre as iniciativas, o Plano Nacional de Redução de Filas (PNRF), que busca diminuir o tempo de espera.
Outra ação é o Programa Mais Acesso a Especialista, que visa reorganizar a atenção ambulatorial especializada, ampliando o acesso a consultas, exames e procedimentos diagnósticos e terapêuticos, por meio da oferta de cuidados integrados. Além disso, o MS informou ter "renovado", desde 2023, 38 equipamentos de radioterapia, com investimento de R$ 338,2 milhões.
* Com informações da Agência Brasil
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