O Brasil deverá fechar o ano de 2012 com cerca de 46.395 mortes no trânsito. Isso representa, por mês, uma média de 3.866 pessoas mortas em acidentes, ou 127 mortes por dia, cinco a cada hora. Isso quer dizer ainda uma pessoa morta no país a cada 11 minutos e 21 segundos em consequência de um acidente no trânsito.
Os números de vítimas, apavorantes e mais expressivos do que de uma guerra, constam de uma projeção realizada pelo Instituto Avante Brasil (IAB) com base nos dados oficiais do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus) do Ministério da Saúde e Denatran.
O IAB teve acesso aos dados do Datasus da série histórica da evolução das mortes no trânsito no país no período de 1980 a 2010. No entanto, a média anual de crescimento de mortes no trânsito de 4,06% foi calculada com base nos dados para a década 2001 a 2010, mais próxima da realidade econômica atual do país.
Os dados referentes a 2011 e 2012 ainda não estão disponíveis. Segundo o jurista e professor Luiz Flávio Gomes, presidente do IAB, o Brasil corre sério risco em se tornar um fiasco internacional por conta do alto número de acidentes de trânsito no país no mês de junho de 2014, quando o país sediará a Copa do Mundo.
Segundo a projeção, mais de 50 mil pessoas deverão perder a vida em acidentes de trânsito no Brasil ao longo de 2014.
Para Gomes, tendo como base um aumento de 30% do tráfego registrado na África do Sul na última Copa, e o aumento da movimentação nas rodovias brasileiras de cerca de 40% durante o Carnaval, segundo avaliação da Polícia Rodoviária Federal, o Brasil deverá registrar entre 5.491 a 7.308 mortes em acidentes de trânsito apenas em junho de 2014.
O estudo também mostra que, numa projeção do período, os anos de 1996 a 2060 numa comparação entre Brasil e Europa, há uma inversão de valores. Com base na comparação dos dados da Datasus e Eurostat, em 1996 o Brasil registrou 35.281 mortes em acidentes no trânsito, enquanto na Europa foram 59.409 mortes.
A inversão se inicia em 2010, quando o Brasil computa 42.844 mortes contra 32.787 na Europa. A projeção aponta que, caso não sejam tomadas medidas mais efetivas, essa inversão se acentua cada vez mais. Em 2060, por exemplo, o Brasil registraria 313.708 mortes no trânsito contra apenas 2.569 na Europa.