A cada meia hora hospital tem de refazer escalas por causa de contaminação de funcionários com Covid

Luciane Amaral
lamaral@hojeemdia.com.br
Publicado em 21/01/2022 às 19:32.Atualizado em 26/01/2022 às 00:12.

“A cada 20 minutos recebemos um atestado”. O desabafo é do coordenador de enfermagem da Unidade de Internação do Hospital da Baleia, Daniel Paz. Quase 20% dos 1.154 funcionários estão com Covid e foram afastados.

O Baleia, no bairro Saudade, na região Leste da capital, é referência em ortopedia, oncologia e hemodiálise. E também realiza cirurgias e exames de alta complexidade. 95% dos atendimentos são pelo SUS e 88% dos pacientes vêm do interior do estado. Por ano, são mais de 230 mil atendimentos a pacientes, 500 mil procedimentos médicos, 91 mil internações, 50 mil sessões de hemodiálise, 300 mil exames, 11 mil cirurgias, 12 mil consultas pediátricas 30 mil sessões de quimio e radioterapia.

Dos mais de 200 leitos da unidade de saúde, 27 são destinados à Covid. E, nesta sexta (21), 51% dos leitos destinados a síndromes respiratórias, como Covid, Influenza e outras patologias, estão ocupados.

Segundo a direção, além da defasagem no quadro de pessoal, há dificuldade de contratação de  profissionais para cobrir o quadro, especialmente para atender os 9 leitos de CTI que estão devem ser abertos na próxima segunda-feira (24). Atualmente, o hospital possui 19 leitos de CTI adulto e 10 para CTI pediátrico. 

Quem não está doente precisa se desdobrar para dar conta da demanda. “A cada meia hora temos que recalcular a carga horária dos colaboradores. Sem contar que já recebemos atestados em  cima da hora de troca de plantão, o que tem demandado esforço para não haver desfalque”, afirma Daniel Paz.

As áreas mais afetadas pela falta de funcionários são o bloco cirúrgico (14%), CTI adulto ( 18%); hotelaria(24%); Centro de Abastecimento Farmacêutico (25%); Unidade de Decisão Clínica (63%) e TI (78%).

“Estamos fazendo todos os esforços possíveis para seguir com o atendimento do Hospital da Baleia.” - finaliza Daniel Paz.

Também nesta sexta-feira, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sindibel) anunciou que cerca de 1,4 mil profissionais de saúde foram afastados por suspeita ou confirmação de Covid-19 nos centros de saúde e UPAs de Belo Horizonte, nas duas últimas semanas. 

Em entrevista coletiva, durante a tarde desta sexta, o secretário de Saúde da capital, Jackson Machado, afirmou que a dificuldade de contratação de profissionais de saúde limita a possibilidade de abertura de novos leitos para tratamento da Covid-19 em Belo Horizonte. E que a cidade não chegará aos 1,2 mil leitos disponibilizados na cidade em 2021. 

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