'A cirurgia era o maior sonho dela', diz cunhada de mulher que morreu após procedimento estético

Bruno Inácio
binacio@hojeemdia.com.br
23/10/2018 às 18:12.
Atualizado em 28/10/2021 às 01:23
 (Facebook/Reprodução)

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Parentes da bancária Renata Bretas, de 35 anos, ainda tentam entender o que motivou a morte dela, nessa segunda-feira (22), cinco dias após fazer um implante de silicone nos seios e uma lipoaspiração, em uma clínica em Belo Horizonte. O corpo da mulher foi enterrado no início da tarde desta terça-feira (23), em Itabirito, na região Central do Estado. Mais cedo, o velório foi interrompido pela Polícia Civil, que levou o corpo "com autorização" para perícia.

Mãe de uma criança de seis anos, Renata morava com a sogra e o namorado em Itabirito. Conhecidos e amigos dizem que, sonhadora, a atendente bancária estava há cerca de um ano juntando dinheiro para realizar a cirurgia. "Era (a cirurgia) o maior sonho dela. Ela estava muito animada nas últimas semanas, tinha feito todos os exames. Não havia impedimento clínico", contou Adriana Vaz, cunhada da vítima.

Na última quarta-feira (17), a atendente passou por dois procedimentos na clínica da capital. Primeiro, foram implantados 340 ml de silicone, depois foram feitas lipoaspirações na região das axilas. "A clínica é bem recomendada. Eu mesmo conheço outras pessoas que fizeram cirurgia lá. Não foi uma escolha aleatória", contou uma amiga da vítima.

Contudo, desde o retorno para casa, a mulher reclamava de dores na região dos seios e frequentemente sentia enjoos e febre. "Ela não melhorou e, por isso, entramos em contato com a clínica. Levamos ela de volta, ela foi atendida na clínica mesmo e liberada, pois o médico falou que não havia problemas relativos à cirurgia", explicou a cunhada.

No último domingo, porém, Renata sentiu dores ainda mais fortes e foi levada ao Hospital São Vicente de Paulo, em Itabirito. Funcionários disseram à reportagem do Hoje em Dia que a atendente apresentava convulsões e palidez. "A paciente já chegou em estado gravíssimo, em parada cardiorrespiratória, sendo imediatamente entubada. A equipe realizou todos a procedimentos de reanimação, porém, sem sucesso. O hospital realizou toda a assistência cabível e está à disposição da família", afirmou, em nota, a assessoria de imprensa da unidade de saúde.

Tumulto

Uma pequena confusão ocorreu no Cemitério Parque Renascer, onde Renata Bretas era velada, na manhã desta terça-feira (23). O fato foi uma reação ao pedido do delegado Marcos Vinícius Soares, da Delegacia de Polícia Civil da cidade, para que a perícia fosse realizada e que os parentes fossem ouvidos - ainda em data a ser definida -. A decisão foi tomada de forma preventiva e, após comunicar a família, como uma forma de se precaver na necessidade de necrópsia pela motivação da morte.

Todavia, na chegada da equipe policial ao cemitério, alguns dos entes que estavam no Velório 1, onde a cerimônia acontecia, ficaram assustados com a abordagem e chegaram a acionar a Polícia Militar (PM), que foi dispensada em seguida.

Anteriormente, a Polícia Civil havia informado que só apuraria o crime se houvesse queixa da família sobre o caso, mas por iniciativa do delegado, haverá investigação da morte. A previsão é que o laudo com as causas do falecimento de Renata Bretas fique pronto em 30 dias.

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